8.3.09

O respeito

Não ouvi nem vi as declarações do José Lello a propósito das declarações do Manuel Alegre, estas sim lidas e relidas nos jornais.

Estranho muito que o pessoal afecto ao Manuel Alegre venha a condenar o José Lello como se o homem tivesse assassinado cinquenta tipos em pleno Terreiro do Paço e depois fosse beber um copo ao Martinho da Arcada e de seguida voltasse à Assembleia da República para receber os aplausos e os vivas de todos os deputados.

Quer dizer: o Manuel Alegre pode dizer tudo o que lhe apetecer independentemente da sua condição, porque assim é e assim há-de continuar a ser mesmo que o homem se esteja a passar dos carretos.

O Manuel Alegre pode por a boca no trombone e mandar umas quantas trombonadas independentemente do conteúdo e das circunstâncias.

O Manuel Alegre pode comportar-se como uma qualquer miúdo traquinas que só está satisfeito a chatear a mãe ou o pai e se for órfão a chatear o tio ou a tia e se não tiver nem tido nem tia a chatear seja quem for que fique chateado.

Só que desta vez o José Lello estava com os azeites, talvez porque calçou uns sapatos novos e estavam a apertar-lhe os calos e não tinha grande disposição para levar a brincar as traquinices do Manuel Alegre.

Vai daí, parece que lhe atirou umas farpas que não se perderam na areia da arena, pois que os comparsas do poeta ficaram altamente escandalizados com tamanha pouca vergonha, não havendo respeito pela história do homem a quem o PS deve a sua dignidade e a sua maioria absoluta…

Tudo isto me leva a pensar que os comparsas do poeta ficam melindrados porque um tipo qualquer sem classe alguma diz umas coisas sem nexo e com elas cai o Carmo e a Trindade porque pretendiam atingir o Poeta lá no alto do seu pedestal suportado pelo milhão de votos nas presidenciais…

Parece que ninguém pode responder à letra a todas as bocas que o Manuel Alegre tem atirado aos sete ventos acompanhadas dos actos de todos conhecidos, quais farpas envenenadas atiradas ao PS e ao próprio Primeiro Ministro, porque tudo se passa nessa relação de Deputado a votar contra as políticas do seu próprio Partido, como se a verdade fosse propriedade do poeta e a asneira a natureza do governo…

O poeta pode dizer tudo o que quiser, que todos os outros não podem dizer nada contra o poeta, pois que para alguma coisa existe a figura do "Intocável"…

Cá por mim, que não devo nada ao PS e muito menos ao Manuel Alegre, só lamento haver apenas um José Lello…

O respeito é para quem respeita e para quem se dá ao respeito…

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