20.3.09

O administrador provisório

E falavam do Armando Vara por ganhar aquela pipa toda enquanto vogal da caixa geral de depósitos e depois vice-presidente do banco comercial português!!!

Olhem agora para um senhor que foi nomeado administrador provisório do banco privado português, aquele tal banco que era gestor de fortunas, que agora não paga aos depositantes e ainda aquele tal banco que negociava de qualquer maneira desde que fosse à margem da normalidade e que já terá recebido uns bons milhões para tapar um buraco de uns tantos milhares de milhões, que ninguém sabe.

Pois vamos saber muito rapidamente, porque agora tem um administrador que vai ganhar dezanove mil e quinhentos euros por mês, o que dá qualquer coisa como duzentos e setenta mil e mais uns trocos de euros por ano, para além de ter direito " a todas as regalias de natureza social de que gozam os quadros do BPP", e ainda a "um seguro de vida" e a mais uma "viatura para sua utilização pessoal", dizendo eu que certamente se tratará de um daqueles carrinhos que se arruma em dois metros de passeio entre o risco da passadeira e o sinal luminoso…

Não se trata de um administrador de um banco qualquer que deve prestar contas aos seus accionistas, que lhe pagam todos estes euros e mais as alcavalas. Não se trata disso.

Trata-se de um administrador nomeado por um Vice-Governador do Banco de Portugal, um banco com autoridades de supervisão, que se tivesse supervisionado como se exige a qualquer polícia que supervisiona o trânsito numa qualquer rua de uma qualquer cidade nunca teria acontecido o escândalo e a pouca-vergonha do banco privado português…

Depois o pessoal lamenta-se da crise, que estamos cada vez pior, que isto é aldrabice total, que os ladrões não estão na prisão, que isto está um regabofe total, que esta terra não tem governo, que o governo não governa coisa nenhuma…

Quando se tem conhecimento de coisas desta natureza já não se pensa na boa fé de toda a gente que tem responsabilidades na condução deste País.

Ficámos (?) muito admirados com o Vara…

Já disse e muitos outros já tinham dito antes: "era verde e o burro comeu-a".

Outro dia dizia eu a um amigo meu que "a solução passava por não deixar entrar na loja os ladrões…"

Sabem qual foi a resposta?

"Não podemos. Depois quem é que cá vinha…???

Santa Maria nos valha!!!

18.3.09

Era verde

Estou convencido de não ser invejoso do bem dos outros, mas confesso que não me importaria estar nas condições daquele vice-presidente do bcp, que foi trabalhador na cgd e, sem saber como, apareceu vogal do conselho de administração dessa tal caixa donde saltou para a vice-presidência de tal banco, quase falido.

Não tenho grande apetência por esses tais cargos, principalmente nesta altura da vida, mas sabia-me às mil maravilhas qualquer coisinha daí resultante…

Um jornal diário de hoje dá ênfase a esse tal vice-presidente, não porque seja vice-presidente, mas porque é do PS e à pala disso lá exerce essa tal vice-presidência.

O jornal também não daria importância alguma a esse tal vice-presidente se não fosse do PS e não tivesse um chorudo ordenado base, que não desmerece, de certeza, ao jornalista que compõe a notícia.

Refere que o tal vice-presidente recebia duzentos e quarenta e não sei quantos mil euros por ano quando era vogal do conselho de administração da caixa geral de depósitos e que agora recebe qualquer coisa como quatrocentos e cinquenta e não sei quantos mil euros por ano enquanto vice-presidente do banco comercial português, explicitando o jornal, honra lhe seja feita, que apesar desta guita toda, representa menos de um quinto do que a anterior administração ganhava…aquela administração da opus…

Eu acredito piamente que esse tal vogal e agora vice-presidente merece todos os
cêntimos que ganha, pois que são produto do seu trabalho que nós simples mortais nem imaginamos a dificuldade: ser responsável de uma quantidade de coisas ao mais alto nível, ter sobre os seus ombros as árduas tarefas de gerir uma enorme quantidade de negócios de um banco meio falido, deve dar uma trabalheira danada de tal modo que o sono não poderá durar mais que três ou quatro horas por semana…

Nestas condições, quem não merece aqueles euros todos ao fim do mês, sem esquecer todos os restantes por conta dumas alcavalas que nós não temos a capacidade intelectual de entender…?

Contudo, eu acho que o problema não está nesse tal senhor que antes era vogal, sem saber como, e agora é vice-presidente, muito menos sabendo, pois estou convicto que como ele existe um bom número de outros senhores com o mesmo estatuto e recibo de vencimento ao fim do mês.

O problema, acho eu, está no facto de aquilo só ser para uns quantos e estes quantos não merecerem a décima (?) parte do bolo final, por uma simples razão de justiça popular, pois o que eles fazem muita gente é capaz de fazer e com muito menos custos.

Há muita gente por aí a esfregar as costas nas paredes da cidade que são perfeitamente capacitados para serem vogais e vice-presidentes de caixas e de bancos quase falidos, mas que não nasceram com o dito virado para a lua… o que apenas se lamenta, embora se entenda também que em questão de nascimento o pessoal não manda nada…não sendo tido nem achado, apenas esperando que o acontecimento decorra dentro da normalidade.

A graça de chorar e começar logo a mamar e nunca mais parar é só para uns quantos eleitos…

Já não há vergonha, porque ela era verde e o burro comeu-a…

8.3.09

O respeito

Não ouvi nem vi as declarações do José Lello a propósito das declarações do Manuel Alegre, estas sim lidas e relidas nos jornais.

Estranho muito que o pessoal afecto ao Manuel Alegre venha a condenar o José Lello como se o homem tivesse assassinado cinquenta tipos em pleno Terreiro do Paço e depois fosse beber um copo ao Martinho da Arcada e de seguida voltasse à Assembleia da República para receber os aplausos e os vivas de todos os deputados.

Quer dizer: o Manuel Alegre pode dizer tudo o que lhe apetecer independentemente da sua condição, porque assim é e assim há-de continuar a ser mesmo que o homem se esteja a passar dos carretos.

O Manuel Alegre pode por a boca no trombone e mandar umas quantas trombonadas independentemente do conteúdo e das circunstâncias.

O Manuel Alegre pode comportar-se como uma qualquer miúdo traquinas que só está satisfeito a chatear a mãe ou o pai e se for órfão a chatear o tio ou a tia e se não tiver nem tido nem tia a chatear seja quem for que fique chateado.

Só que desta vez o José Lello estava com os azeites, talvez porque calçou uns sapatos novos e estavam a apertar-lhe os calos e não tinha grande disposição para levar a brincar as traquinices do Manuel Alegre.

Vai daí, parece que lhe atirou umas farpas que não se perderam na areia da arena, pois que os comparsas do poeta ficaram altamente escandalizados com tamanha pouca vergonha, não havendo respeito pela história do homem a quem o PS deve a sua dignidade e a sua maioria absoluta…

Tudo isto me leva a pensar que os comparsas do poeta ficam melindrados porque um tipo qualquer sem classe alguma diz umas coisas sem nexo e com elas cai o Carmo e a Trindade porque pretendiam atingir o Poeta lá no alto do seu pedestal suportado pelo milhão de votos nas presidenciais…

Parece que ninguém pode responder à letra a todas as bocas que o Manuel Alegre tem atirado aos sete ventos acompanhadas dos actos de todos conhecidos, quais farpas envenenadas atiradas ao PS e ao próprio Primeiro Ministro, porque tudo se passa nessa relação de Deputado a votar contra as políticas do seu próprio Partido, como se a verdade fosse propriedade do poeta e a asneira a natureza do governo…

O poeta pode dizer tudo o que quiser, que todos os outros não podem dizer nada contra o poeta, pois que para alguma coisa existe a figura do "Intocável"…

Cá por mim, que não devo nada ao PS e muito menos ao Manuel Alegre, só lamento haver apenas um José Lello…

O respeito é para quem respeita e para quem se dá ao respeito…

6.3.09

O lixo

Fiquei a saber que a TVI tem um "especial notícias" no dia de sexta-feira pelas vinte horas, tendo como apresentadora a…essa mesmo, muito embora com cara totalmente retocada.

Foi por acaso que passei por ali e fiquei durante cerca de dez minutos a ver e a ouvir aquela coisa.

Penso que nunca mais me esquecerei que na sexta-feira à noite não dá para parar nesta estação de televisão com ideias preconcebidas de obter ali alguma informação, pois que o tom do que ouvi e do que vi foi-me suficiente para ficar vacinado contra este peste informativa…

Estava convencido que por mais tendenciosa ou até mesmo comprometida estação de televisão com qualquer coisa estaria por cima do que se passa na sexta-feira à noite na "Televisão Independente"…

Aquilo não é informação, aquilo é manipulação.

Aquilo não é independência, aquilo é compromisso.

Aquilo não são notícias, aquilo são diatribes.

Aquilo não respira liberdade, aquilo empesta e intoxica a inteligência.

Aquilo não é ética, aquilo é imoralidade.

Aquilo não é orientação, aquilo é direcção.

Aquilo não é esclarecimento, aquilo é lixo televisivo.

Pois que assim seja…

Pelo menos toda a gente fica a saber que o estatuto editorial da TVI, quanto mais não seja, durante a noite de sexta-feira, está orientado única e exclusivamente para desancar em tudo o que cheira a PS e muito explicitamente a tudo o que tenha a ver com o Governo e com o Primeiro Ministro.

Aquilo só é possível por parte de alguém que viva da respiração de um ódio profundo e até doentio por ideias e posições políticas de determinadas pessoas com determinadas orientações político-ideológicas, que importa erradicar a qualquer preço, mesmo que esse preço passe pela a morte política.

É preciso uma linha editorial de um órgão de informação, ou comunicação social, se preferirem, dominada pelo ódio, pelo rancor, pelo despeito, pela violência, pela ausência de ética e de moral e até de consciência social para produzir aquele lixo televisivo, cuja finalidade e objectivo prioritário e principal e talvez único seja derrubar este Primeiro Ministro.


 

Prefiro, de longe de muito longe, o que se pratica em alguns países onde a imprensa joga forte e importante papel na Sociedade: dizem o que são, dizem o que querem, dizem quem apoiam e quem não apoiam e não enganam ninguém.


 


 

5.3.09

E agora

E agora?

A dormir

Ao fim do serão de ontem estive a ouvir, durante cerca de quinze minutos, uma entrevista com o "patrão" do Pingo Doce, uma conhecida cadeia de supermercados de média dimensão.

Para além de umas tiradas de saudosismo político por parte do entrevistado e de uma deliberada manipulação política da entrevista por parte do jornalista, dei comigo a dirigir-me a um desses supermercados para receber o meu prémio do euromilhões que me coube em sorte sem que tenha feito qualquer coisa para tal; vai daí que me disseram que não podia ser nada porque já tinham distribuído os prémios todos e que se quisesse alguma coisa que me dirigisse à máquina das apostas que estava mesmo ali lado; pois claro que fui à máquina para jogar, mas quando me preparava para o fazer aparece-me no "écran" o ministro das finanças a dizer-me que podia jogar mas que a guita ia toda para ele porque já não tinha nada nos cofres para pagar a tantos desempregados; perante isso ainda tentei jogar o mínimo num rebate de consciência social, mas quando o fazia aparece-me a cara do Primeiro para me dizer que podia jogar à vontade, mas grande parte da massa era para ajudar a classe média que estava muito desprotegida relativamente aos capitalistas de dois bancos portugueses que tinham perdido tudo e que agora também andavam a choramingar por todo o lado incluindo a porta do gabinete ali para os lados de São Bento e que isso não fazia muito sentido pois as coisas eram tratadas por outras pessoas que para isso mesmo foram nomeadas ministros e não para andarem às jantaradas caríssimas nas festa de inauguração de um quilómetros ou dois de uma qualquer auto-estrado ou de uma rotunda em Viseu; não ficando convencido de tais coisas mesmo assim tentei jogar qualquer coisinha para ajudar toda essa gente, quando o meu neto me dizia que se a televisão estava avariada era chamar os homens da tvcabo e ver a tvbox porque ele queria ver o panda e logo de seguida o dvd da ovelha choné. Queria fugir dali para fora mas não tinha a mínima possibilidade porque a máquina continuava a mostrar-me o Pacheco Pereira a contar as notas de cem euros que ganhava num programa que queria fazer um círculo quadrado, mas que não conseguia nem com o António Costa a mandar umas bocas, porque o outro não está ali para se maçar muito de tal modo que aceita as negociações que o PP fizer sobre o volume das notas de cem por mês ou por programa não sei bem porque a máquina não me disse e quando eu lhe ia a perguntar qualquer coisa relacionado com isso deu-me uma dor do caraças na bexiga que me fez levantar para ir … eram três horas e cinquenta minutos da madrugada e ouvia uma o barulho de uma ventania danada…

Fiquei descansado por duas razões fundamentais: primeira porque aquilo não passara de um sonho sobre uma realidade verdadeira; segundo porque encontrei uma explicação para a gramática utilizada pelo Saramago: escrever acordado o que pensa a dormir…