15.5.08

O cigarro

Certamente que terão acontecido muitas coisas interessantes durante as oito horas do voo do Primeiro para Caracas a bordo de um avião fretado à TAP para transportar uma tão importante comitiva oficial.

De tudo o que terá acontecido está devidamente realçado o facto de o Primeiro e o Ministro terem fumado uns quantos (?) cigarros durante o voo, encafuados lá para um canto do avião, não suficientemente escondido para não permitir a sua visão.

E mesmo que não permitisse a visão, com toda a certeza que deixaria o cheiro transitar por todo o avião para que toda a gente ficasse sabendo que alguns passageiros não resistiram ao vício do tabaco, talvez contrariando a lei em vigor, no entender de alguns constitucionalistas e entendidos na matéria.

Vai daí que o Primeiro e todos os outros dão-se ao luxo de infringir a lei na presença e à vista de toda a gente sem medo e sem receio de todas as consequências, sendo que a menos grave seria o pagamento da respectiva coima, independentemente de se considerar que o avião etcetera e tal…

Dado que já não fumo há mais de três anos, pouco me importa que o Primeiro e o Ministro fumem dentro de um avião durante um voo de oito horas; pouco me importa também que tenham aproveitado um voo de uma visita oficial para fazer asneira.

O que me importa é que os noticiários das televisões, dos rádios e dos jornais deram mais realce aos cigarros do Primeiro e do Ministro que aos acordos celebrados com o Presidente da Venezuela, um dos quais se relaciona com a troca de petróleo por comida…

Como se Portugal fosse um país de grandes produções de géneros alimentares…

Enquanto o Primeiro e o Ministro davam umas chupadelas no cigarro num, em Portugal as empresas petrolíferas aumentavam os combustíveis em mais 3 cêntimos…

Estou a ver a cena toda: no avião o Primeiro e o Ministro da Economia a dar uns quantos cêntimos ao Estado por força do imposto do tabaco; em Lisboa o Ministro das Finanças esfregava as mãos de contente porque eram mais uns quantos milhões sacados aos cidadãos; em Portugal inteiro eram os cidadãos que vergavam um pouco mais as costas por força do roubo legal…

O que é que se há-de fazer deste País…???!!!


 


 


 


 


 

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