Razoavelmente acomodado num sofá do Belmiro, tive a oportunidade de folhear um jornal diário afamado pelas suas tiradas e ler umas quantas linhas assinadas pelo Sr. Saleiro (esse mesmo, o tal, o amigo do coração), a propósito do preço dos combustíveis.
Na mesma página, dedicada aos combustíveis, aparecia uma referência a uma entrevista do actual Presidente dos Revendedores, fazendo uma comparação entre o valor do dólar e o preço do barril de petróleo e o valor do euro entre Dezembro de 2007 e Março de 2008, podendo concluir-se que o diferencial era pouco mais de 1 (um cêntimo) por barril, esclarecendo que 1 (um) barril de petróleo tem 200 (duzentos) litros…
Nem comentadores, nem analistas, a maior parte dos quais não deve pagar os combustíveis dos "seus" automóveis, já explicaram ao povo o que se está a passar com o aumento dos preços dos combustíveis.
Esta gente limita-se a tentar justificar o preço do barril de petróleo com o nível de reservas dos USA, com uma qualquer grave numa plataforma da Nigéria, com as ondas do Mar do Norte ou ainda com o mau humor dos árabes, sabendo eles perfeitamente que todas estas justificações são para ignorante pensar que eles, os comentadores e os analistas, são poços de ciência nestas matérias…
Cá por mim, tenho por certo que tudo isto se fica a dever à selvajaria do capitalismo actual, que tem pressa de engordar cada vez mais, sem parar um pouco para pensar que a comida pode acabar, isto é, que os consumidores estão pelas ruas da amargura e que não vão aguentar muito mais.
E quando falo em selvajaria não me refiro apenas ao capital privado mas também ao público, que continua a ganhar milhões de euros com esta escandaleira nacional.
O que mais me escandaliza nesta coisa toda não é eu ter de pagar os combustíveis aos preços que uns quantos senhores fixam como querem e como lhes apetece, pois bem podia deixar o automóvel no parque do Belmiro. O que mais me chateia é o Governo, isto é, o Primeiro e seus Ministros continuarem calados que nem uns ratos numa tentativa de baixar o défice à custa das nossas carteiras e não terem a dignidade e a coragem de intervir "rapidamente e em força" para domar estes cavalos à solta…
Depois não se admirem se há mais violência, se há mais assaltos, se há mais qualquer outra coisa que não seja do seu agrado…
Parece-me que a paciência está a acabar e só há pouca-vergonha…
Porque a vergonha era verde… e o burro comeu-a…
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