Durante as próximas quarenta e oito horas vou estar protegido contra os bombardeamentos eleitorais, ficando livre de todas aquelas ladaínhas dos políticos e de todos os comentadores incluindo todos os jornalistas que estiveram estes últimos quinze dias assoberbados com o serviço público de informar os eleitores para estarem preparados para o exercício do direito de voto no dia dezoito.
Apesar de a guerra ainda estar no início até à formação de um novo governo e depois com o programa e depois com o orçamento e depois... já estou em condições de manifestar o que mais me chamou a atenção em toda a campanha eleitoral.
SE estão a pensar que me vou referir ao que disseram os candidatos partidários a primeiro, se estão a imaginar que me vou referir à plêiade de comentadores, analistas, jornalistas e a todos os cientistas sociais e de mais intervenientes no processo estão redondamente enganados.
É que o acontecimento que encheu todos os meus depósitos e me levou e arrebatou até ao sétimo céu foi um fato bem mais comezinho: foi nada mais ou nada menos que o penso no braço esquerdo do campeão da defesa da pátria portuguesa contra a invasão de estrangeiros que querem conquistar portugal sem disparar uma bala.
Aquele penso é um hino aos profissionais de saúde que prestam serviço público no sns.
Eu disse "profissionais"?
Será que é admissível que aquele penso tenha sido colocado por um profissional a prestar serviço num qualquer centro de saúde, hospital, clínica ou em qualquer estabelecimento que presta serviços de saúde a pessoas com uma determinada necessidade?
Quero acreditar que até eu que só trabalho com pensos rápidos com apenas uma pinta de sangue estaria em condições de colocar no braço do referido campeão um penso em muito melhores condições do que aquele que vi a entrar-me pelos adentro quando o tal campeão ia a sair do hospital com a manga do arregaçada para que o tal penso se visse à distância...
Aquele tal penso não terá sido colocado quando descia pelo elevador...