O presidente falou e disse/decretou que as eleições legislativas antecipadas seriam realizadas no dia dezoito de maio de dois e vinte e cinco.
Mas antes deste anúncio perdeu uns bons minutos a calendarizar todos os acontecimentos até ao final do dia de ontem, como se todos nós não soubéssemos o que tinha acontecido.
Bem vistas as coisas o presidente demonstrou que passou ao lado da crise instalada unicamente e exclusivamente por sua responsabilidade ao não ser capaz de fazer qualquer intervenção no sentido de não permitir o desenvolvimento da crise e assim evitar as suas graves consequências.
Ao fim e ao cabo o que se pode entender é que o poresidente não teve qualquer poder para meter-se à conversa com o primeiro e tentar o que ninguém podia tentar: influenciar o primeiro no sentido da estabilidade governativa em detrimento da posição pessoal e teimosa sobre o seu comportamento.
Se o presidente não podia ter qualquer papel de intervenção a bem da solução final fica claro que o primeiro nunca ligou, não liga e não ligará absolutamente nada ao presidente como se este não passasse de um verbo de encher chouriços, o que já tinha ficado demonstrada por uma variedades de atitudes ocorridas nos parcos meses do reinado do primeiro.
No meu modesto entendimento e sem pretender justificar a ausência do presidente e a sua incapacidade de suster a crise e dar um outro caminho à política nacional o facto é que o presidente começou a ser colocado de lado e à margem dos problemas e das soluções quando se viu envolvido na política caseira por obra e graça de um seu familiar.
A partir daí as selfies, os beijos e os abraços e as faladuras a propósito e a despropósito perderam fôlego que culminou na total inoperância e incapacidade de desempenhar o papel que lhe competia na solução desta tragédia política, que não vai dar qualquer solução de estabilidade governativa após as eleições legislativas antecipadas...
Eu sempre desejei que o presidente saísse pela porta grande quando terminasse o seu segundo mandato, mas a realidade vai ser outra e a porta será, certamente, a dos fundos...