14.2.25

Que se danem...

 Vou deixar o imperador a imperar lá no império e em todos os arredores do universo conhecido e vou dedicar umas quantas linhas à política caseira.

Nas minhas deambulações pelos canais televisivos dei-me conta da balbúrdia ocorrida ali para os lados de são bento, na casa da democracia portuguesa, em que estiveram envolvidos (as) os senhores representantes do povo, denominados normalmente por deputados.

Parece que alguns destes eminentes portugueses que se arvoram o direito e o dever de falar em nome do portugueses perderam as estribeiras e passaram às altercações próprias de pessoal da pesada que têm por hábito resolver os problemas à ofensa e à diatribe contra quem quer que seja, passando da individualidade para a generalidade como se todos nós tivéssemos o mesmo rótulo gravado na testa...

Já passei daquela fase em que qualquer coisa menos corrente e fora do comum me incomodava e me fazia pensar que havia muita gente indigna e não merecedora de viver em comunidade, passando a não me admirar com muitas coisas que se passam por todo o lado e com toda a gente sem que se perceba a razão e o fundamento de tais procedimentos.

Perdeu-se o costume de resolver as desavenças pessoais com um bom duelo, uma boa briga com umas quantas bofetadas pelo meio, sem esquecer as navalhas de ponta e mola, os bastões, as mocas de rio maior, estas bem conhecidas de alguns dos senhores deputados sentados nas cadeiras da casa da democracia, pelo que a melhor maneira de ultrapassar as questões é o recurso à ofensa verbal, tão baixa quanto não baste.

Na fase em que me encontro, onde me estou totalmente nas tintas para o que se passa e ocorre no parlamento português, a única coisa que me poderia chamar a atenção para me poder preocupar mesmo ao de leve seria uma sessão onde ocorresse uma boa batalha campal, cabeças partidas, sangue a escorrer do nariz, braços ao peito, olhos negros, cabelos puxados e aos molhos entre as cadeiras, ao que se seguia uma boa quantidade de enfermeiros, médicos, auxiliares, macas, bombeiros e uma verdadeira multidão de jornalistas e fotógrafos para documentarem a sessão que se tornaria viral nas redes sociais de que tanto se fala.

Ficaria, finalmente, descansado e convencido, da idoneidade social e política dos nossos representantes que justificam a nossa democracia.

Enquanto isso não acontecer bem podem berrar alto e a bom som, porque para mim só existe uma expressão que carateriza a minha posição: que se danem... e que não chateiem...

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