28.1.25

A resposta

 Quando algum condenado,  algum prisioneiro, algum desgraçado privado ou condicionado na sua liberdade de pensar ou de agir quiser fugir ou libertar-se ou ver-se livre do seu imperador, deve ter como preocupação maior o plano de ação após os primeiros passos.

Não se trata de dar o grito de libertação e dar o berro como se a coisa já tivesse terminado a seu contento: trata-se isso sim de planear os primeiros passos absolutamente indispensáveis para haver algum resultado satisfatório.

Se não tivermos esse plano de ação que nos garanta o êxito esperado acontece pura e simplesmente que perdemos a possibilidade de atingir os objetivos havendo como consequência imediata o reforço do poder do imperador ou do ditador. A nossa fraqueza resulta no reforço do poder de quem nos queremos libertar.

Foi o que aconteceu: pretendia enfrentar uma decisão do imperador e recusou aceitar os seus processos. Até aqui tudo bem, apresentou a sua posição como se a coisa tivesse terminado, mas veio de imediato a resposta de quem mandar e detém o poder: ou aceitas isto ou vamos tomar outras medidas para eficazes para as quais não tens resposta nem pensou que seria possível alguém fazer o que se dizia que ia fazer.

Depois de algumas conversas, o contestatário meteu o rabo entre as pernas e aceitou o imperador.

Não digo que tinha opções para além do barulho inicial, mas poderia ter pensado que as ameaças e as chantagens iniciais seriam seguidas de outras mais violentas, pois quem manda e detém o poder tem sempre ao seu dispor mais que uma opção guardando para uma segunda investida a posição mais forte e mais violenta.

O contestatário ficou desarmado não tendo sequer a ideia de responder da mesma moeda: mais cinco por cento de tarifas então aqui vai mais dez por cento e ainda tenho ali vinte funcionários da embaixada que nada fazem e só chateiam o meu pessoal, pelo que vou pô-los na fronteira a bordo de um carro puxado a mulas e já muito velhas...


 

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