É um ambiente estranho este que se vive aqui na aldeia.
O mais interessante é que este momento é rigorosamente igual um qualquer outro ambiente durante todos os invernos e alguns outonos e até parte das primaveras: as ruas desertas; não se vê vivalma a partir do por do sol.
Mesmo durante o dia aqui e ali uma pessoa e pouco ou nada mais.
Sabemos que a maioria das habitações estão desertas e nas habitadas a grande maioria são idosos de idades bem avançadas.
Não deixa de ser curiosa a situação: lá longe um mundo anda preocupado com essa coisa a que chamam coronavirus, mas aqui a vida continua como se isto fosse o mundo inteiro: não há coronavirus, pelo que a vida continua.
Não há, por enquanto. Porque o alentejo ontem estava deserto e hoje..., mesmo que tenham vindo de fora.
Contudo, toda a minha gente está informada do que se passa em Portugal inteiro e no resto do mundo quanto ao coronavirus... Quem pensar que este pessoal não tem informação porque não lê jornais, está mesmo muito enganado, porque aqui não se perde pitada ao que se vai dizendo nos canais de televisão.
E até há pessoal a entender que se tudo isto é para fechar, que se feche e a conversa vai para outro lado.
Também há quem diga que se se tem de morrer de qualquer coisa, então qual é o problema...
Lá no fundo, no fundo esta gente anda mesmo preocupada.,..
O momento não é para menos.
18.3.20
16.3.20
A explicação
Refugiado no alentejo profundo, dá a impressão que ando no melhor dos mundos.
Mesmo como uma deslocação a estremoz para tratar da manutenção da vida tudo parecia normal não fora ver algumas máscaras, umas quantas pessoas à espera de entrar no supermercado, cuja demora não ia além dos quinze minutos, estava longe de me saber no meio de uma tragédia humanitária, cujo fim não se vislumbra.
Diz-se por aí que as caravanas provenientes de espanha, da frança e da outra europa não param de entrar em portugal com destino ao alentejo.
O povo não para de se sentir atraiçoado por se permitir uma entrada anormal de pessoal em fuga da pandemia, parecendo-lhe que esta terra está protegida e nada haverá que altere este estado maravilhoso, que chama a atenção para o momento que se vive aqui.
Até que haja um caso de doença provocada pelo virus e depois dirão que "... afinal o alentejo também não resisitu... é a mesma porcaria COMO SEMPRE FOI".
Ainda não ouvi uma razão para explicar, ou pelo menos tentar, esta realidade, apesar de haver algumas ideias que podem justificar o estado das coisas quanto ao covid19 no alentejo.
Seria lógico que uma possível explicação seria próxima de alguns pensadores que por aí andam: esta terra é tão má e tão triste e tão desgraçada que até o virus não entra com ela...
Curiosamente ouvi na televisão uma explicação que deu vontade de rir a mim e a todos os alentejanos que a ouviram: eles são poucos e vivem lá nos montes longe uns dos outros e por isso têm pouco contacto social...
Uma maravilha... para uma comentadora de televisão...!!!
Merece ser nomeada "ministra da explicação sociológica" num governo do alentejo independente...
Mesmo como uma deslocação a estremoz para tratar da manutenção da vida tudo parecia normal não fora ver algumas máscaras, umas quantas pessoas à espera de entrar no supermercado, cuja demora não ia além dos quinze minutos, estava longe de me saber no meio de uma tragédia humanitária, cujo fim não se vislumbra.
Diz-se por aí que as caravanas provenientes de espanha, da frança e da outra europa não param de entrar em portugal com destino ao alentejo.
O povo não para de se sentir atraiçoado por se permitir uma entrada anormal de pessoal em fuga da pandemia, parecendo-lhe que esta terra está protegida e nada haverá que altere este estado maravilhoso, que chama a atenção para o momento que se vive aqui.
Até que haja um caso de doença provocada pelo virus e depois dirão que "... afinal o alentejo também não resisitu... é a mesma porcaria COMO SEMPRE FOI".
Ainda não ouvi uma razão para explicar, ou pelo menos tentar, esta realidade, apesar de haver algumas ideias que podem justificar o estado das coisas quanto ao covid19 no alentejo.
Seria lógico que uma possível explicação seria próxima de alguns pensadores que por aí andam: esta terra é tão má e tão triste e tão desgraçada que até o virus não entra com ela...
Curiosamente ouvi na televisão uma explicação que deu vontade de rir a mim e a todos os alentejanos que a ouviram: eles são poucos e vivem lá nos montes longe uns dos outros e por isso têm pouco contacto social...
Uma maravilha... para uma comentadora de televisão...!!!
Merece ser nomeada "ministra da explicação sociológica" num governo do alentejo independente...
5.3.20
O trono
Durante o dia de ontem os espaços informativos dos canais generalistas das televisões a guerra das audiências destronou o coronavirus do primeiro lugar.
Vinham cumprindo a sua missão de levar a todos os cantos da nossa terra muita informação que poderá ser útil para se instalar um processo de prevenção e de ataque à pandemia oriental, que está a invadir inexoravelmente todo o mundo ocidental.
Mas o causador deste malefício foi o debate quinzenal na assembleia da república? Estejam descansados que não chegamos a tanto.
Foi a discussão sobre a construção do novo aeroporto no montijo? A coisa não merece tanto, uma vez que o interesse de uns quantos milhares de portugueses é mais importante que uns quantos milhões. De resto já vai sendo tempo para acabar com as leis desse tal senhor...em defesa das minorias...
Estaremos no bom caminho quando fomos (?) apanhados de surpresa quando uma bomba informativa arrasou a paz e a tranquilidade de milhões de portugueses: a justiça atirou-se às sades dos grandes clubes desportivos, incluindo dirigentes, jogadores e demais agentes que circundam o mundo da bola.
Como se quarenta e sete arguidos não fosse matéria suficiente para causar um terramoto assustador eis que ali para os lados de alvalade era despedido um treinar de poucos meses e contratado um outro proveniente de um clube onde estivera também uns poucos meses.
Com milhões envolvidos por quem está falido...
E o malandro e pirata informático continua preso...
3.3.20
Até que enfim
Não podia ser!
Alguma coisa tinha que estar errada!
Todas as amostras recolhidas davam negativo!
Ali ao lado surgiam todos os dias novos casos infetados e aqui nada!
Os especialistas do microfone já andavam a ficar malucos com as idas para a nazaré para saberem notícias sobre o português do japão, quando a senhora já elogiava as autoridades do país do outro lado do mundo e já não criticava os procedimentos da diplomacia portuguesa.
Nazaré já era coisa do outro mundo sem qualquer interesse, pois os tais especialistas já não sabiam o que haviam de perguntar para merecerem resposta que por sua vez merecesse tempo de antena.
Mas quando é que temos um positivo? Será que as fronteiras deste país miserável estão assim tão bem protegidas que o covid19 que até o covid19 não tem capacidade de entrar?
Há aqui qualquer coisa de errado e já não se pode o que fazer com os tais especialistas do microfone.
Mas nem tudo estava perdido e lá serviram dois casos positivos, primeiro lá no norte e depois mais dois, um no norte e outro na capital.
Embora a coisa esteja mal distribuída já havia matéria para que a antena disparasse o tempo dedicado ao coronavirus.
Agora o interesse já não está no aumento do número de casos positivos e internados, mas acertar no local onde vai aparecer o novo caso, se em miranda, se em barrancos, se nas flores, se em porto santo... e a data da primeira morte por covid19.
Há poucos minutos e quando saía de um centro comercial ouvi uma jovem a dizer "... podemos estar catorze dias em casa...".
Não temos remédio...
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