2.1.18

O ano

Se não tivéssemos quem temos como Presidente da República o ano que findou, não teria sido dividido em duas partes:uma que foi uma maravilha e a segunda que uma tragédia.
Nem mais: até o Presidente da República baseia e utiliza a sua argumentação e manda os seus recados utilizando o "se".
Pensava eu que se tratava de uma figura gramatical usada apenas pelos comentadores, jornalistas, economistas e toda aquela minha gente que bota "faladura" nos rádios e nas televisões para justificar as respectivas avenças e os seus empregos...
Já toda a gente se esqueceu (tenham presente que este "se" não é da mesma categoria gramatical dos "se" referidos anteriormente) dos papeis desempenhados pelos incendiários e "quejandos", da falta de limpeza das matas, da carência de caminhos na floresta, do péssimo ordenamento florestal, das desequilibradas plantações de espécies e de todo um se número de variáveis "influenciadoras" dos incêndios.
De modo que temos na nossa frente o que resta: os bombeiros tão só porque foram mal coordenados, a protecção civil porque não percebe nada do assunto, o governo, incluindo primeiro, segundo e todos os terceiros e respectivos secretários de estado e até alguns chefes de gabinete, porque estavam nos gabinetes de Lisboa com o seu ar condicionado e esqueceram-se dos calores abrasadores que se faziam sentir por todo o lado.
E não vou agora esquecer os autarcas de todas aquelas regiões que tinham acabo de ser eleitos em eleições democráticas, mas que deixaram tudo na mesma na maior da paz e da tranquilidade até dia em que um raio incendiou Portugal...
Ardeu muita coisa? Pois sim.
Poderia não ter ardido? Se...
Morreu muita gente? Lamentavelmente.
Poderia não morrido? Se...
Nada mais me interessa saber a não ser um pequeno pormenor: para onde irá a grandiosa solidariedade do POVO PORTUGUÊS...?
Não sei "se" mais alguém, mas os MORTOS merecem... porque são dignos da nossa tristeza...

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