Como se está numa maré de desejos e de votos, parece-me oportuno esperar que o ano de dois mil e dezassete me dê a oportunidade de ver e ouvir alguns programas de comentário político.
Não é que me encontre privado de ver e ouvir alguns dos especialistas, comentadores e politólogos a pronunciarem-se sobre o que se vai passando por aí.
Mas como ouvir opiniões diferentes ou semelhantes sobre os assuntos, temas e factos relevantes não faz mal a ninguém, não se pode condenar os programas de comentário político e desportivo que abundam nos nossos canais de televisão, pelo que entendo ser sempre bom ouvir aqueles que têm a oportunidade de se fazerem ouvir e com isso, poder influenciar a opinião dos menos atentos e menos informados.
Estes são os meus desejos, quase sempre contrariados pelos comportamentos insólitos por parte daqueles que teriam a obrigação de tornar possível a audição das suas doutas palavras.
Poderiam fazer algum esforço para evitar as berrarias, as gritarias, as interrupções malcriadas dos seus parceiros, contribuindo para um relacionamento normal que deveria existir entre as pessoas, apesar das opiniões divergentes ou contrárias às suas.
Por vezes, torna-se quase impossível ouvir ou entender o que se diz dado o ruído produzido pela insubordinação dos ilustres comentadores.
Para além do mais, podemos pensar que se trata de rivalidades sérias e que estão mesmo zangados uns com os outros, mas se tivermos presente que são "trabalhadores" do mesmo ofício, facilmente chegamos à conclusão que se trata de um circo cheio de malabaristas, que, no fim do trabalho efectuado, vão jantar calmamente ao mesmo restaurante, todos juntos na mesma mesa.
Isto é bonito de se ver, porque ouvir e entender é difícil, principalmente nos programas de comentário futebolístico, onde os comportamentos de má educação são apanágio de uma boa quantidade de especialistas.
Como se trata de uma actividade onde os entendidos são aos milhões não vem grande mal ao mundo se ficarmos privados de ouvir e entender as opiniões de uns quantos, apesar de serem os melhores.
Há sempre uma possibilidade: tentar ouvir ou entender durante trinta segundos ou, no máximo, sessenta segundos e depois ir lá mais para a frente à procura de coisa menos ofensiva da boa educação.
Como não se trata de ética e de cultura, mas se trata de política e de futebol...
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