Por estes dias, toda a minha gente desata a formular desejos e a fazer pedidos quase todos no sentido de acentuar o egoísmo universal.
Desta vez, vou pedir duas ou tgrês coisas para o bem de todo o mundo e arredores, ficando desde logo convencido da nulidade dos seus efeitos.
Contudo, a esperança em dias melhores não se desvanece pelo facto de se perder uma batalha quando a guerra continua.
Aqui vai:
Em primeiro lugar, desejo que os comentadores, os politólogos, os especialistas e todos os outros que botam faladura não se esqueçam de continuar a brindar-nos com a expressão "digamos assim", pois não queremos ficar privados de uma das melhores coisas quje essa gente nos pode oferecer:a transição para o esquecimento.
Em segundo lugar, peço aos deuses dos céus e das terras que continuem a iluminar as mentes dos nossos jornalistas e repórteres do microfone para que nunca se esqueçam de utilizar a cada cinco segundos das suas intervenções microfónicas a expressão "então". Sem ela estaremos privados do sentido, da clareza, da verdade, da certeza, da qualidade do jornalismo praticado nos nossos canais de informação. Já me chega que os jornalistas, leitores de notícias, me privem de ouvir aquela sonoridade musical do advérbio ainda pouco utilizado pelo pessoal, cujo instrumento fálico agora já colorido utilizado nas suas funções me faz lembrar um "bordalo de cabeça encarnada".
Por último e não menos importante queria chamar a atenção dos canais de televisão para uma carência inadmissível que não podemos suportar por muito mais tempo: precisamos urgentemente de mais uma hora de emissão, pelo menos, durante a manhã e durante a tarde, dedicada exclusivamente ao desporto rei, isto é, o "futebol". Pode parecer estranho, mas o que temos na segunda, na terça, na quarta, na quinta, na sexta, no sábado e ao domingo pela noite não satisfaz as necessidades do pessoal, tanto mais que nas manhãs e nas tarde de todos os dias estamos cheios daqueles programas altamente culturais que nos fazem mal à cabeça e que abusam do 760...
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