30.9.13

São locais

São locais?

São regionais?

São nacionais?

São internacionais?

São planetárias?

São universais?

Sejam lá o que forem, mas não passam de meros episódios para que uns quantos políticos e jornalistas passem uns dias brilhando no firmamento da democracia para o bem comum.

Houve eleições e apesar de tudo que se viu e ouviu durante a campanha eleitoral e principalmente na noite da contagem de votos tudo ficará na mesma, salvo numa minoria de câmaras municipais e de juntas de freguesia que vão ter uma cara nova que não viam todos os dias.

E pouco mais, porque aqueles que mais prometeram já eram conhecidos de meio mundo, pelo nem se quer de novidade se tratava.

Portugal já não será o mesmo a partir do dia de hoje: tudo mudou com uma eleição dos presidentes de câmara e respetivos vereadores e mais os membros da assembleia de freguesia donde sairá a presidente da junta e respetivos membros.

Depois tudo vai continuar na santa paz dos regulamentos, dos programas, dos orçamentos para que a democracia continue viva e a recomendar-se mesmo que não sirva para ou sirva apenas para entreter os eleitores.

A única pessoa que levou a sério os resultados eleitorais foi precisamente aquela que mais atenção lhe deveria prestar…: continuar, continuar, continuar, até que sejam capazes de me mandar para as urtigas…

O que é importante, no meio desta nojeira toda, é aguentar os cavalos na hora do susto, porque de imediato tudo estará calmo e a rotina voltará a ditar as suas leis.

Não vale pena entrar em pânico…, tanto mais que ainda temos a fazer umas quantas coisas para sacar mais uns euros aos bolsos dos pobres e dos remediados, uma vez que todos os trutas que nos sustentam estão devidamente resguardados e ao abrigo da intempérie.

Até se admite haver por aí alguns pacóvios a pensar que os lugares agora conquistados servirão para remediar algumas injustiças praticadas no dia-a-dia pela corja de indivíduos à frente dos destinos da pátria…

Deixá-los que assim pensem, porque os bons pensamentos não causam dores de cabeça que não se resolvam com uma boa noite de sono reconfortante e tranquilo, próprio de quem trabalha incansavelmente para servir…

De qualquer maneira, não deixo de registar que fiquei admiravelmente surpreendido com o discurso do novo político da invicta, salientando que a adaga já foi lançada precisamente contra o seu grande patrono e padrinho…, esperando bem que hoje pela manhã, ao ouvir o que disse no calor da noite da contagem, já tivesse postas as mãos na cabeça e tivesse exclamado: não era bem isto… mas eu sou diferente… ainda não tomei posse e já estou a fazer asneiras...

A fome é mesmo ingrata…!


 


 

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