7.5.13

A taxa e a dívida

Tudo leva a crer que eu estava enganado: afinal de contas não vou ficar mais pobre com essa história da taxa adicional a aplicar às pensões, anunciada pelo passos e desmentida dois dias depois pelo portinhas.

Podemos então ficar descansados porque, desta vez, o senhor dos pobres, dos reformados e dos pensionistas sem esquecer os homens da lavoura, velou cuidadosamente por todos nós, cabendo-lhe agora a tarefa hercúlea de encontrar um substituto à altura de montante semelhante.

Tão empenhado que ele é, sem dúvida que o vai encontrar muito rapidamente para que não se volte à primeira forma, que sempre era a mais fácil e não fazia muita diferença, pois sujeitos que em nada contribuem para o produto interno bruto mas apenas para depauperar o estado, já cá temos muitos para lá dos pensionistas e reformados.

Basta-nos os largos milhares de jovens que ainda não sabem o que é ter um patrão e todos aqueles que já não o têm ou que o vão perder nos próximos meses, para todos darem conta dos recursos financeiros cobrados pelos impostos sobre os restantes que lá vão fazendo das tripas coração para manterem os seus postos de trabalho e sobre todos aqueles que passaram um carreira a contribuir para a sua pensão e que agora a vão vendo cada vez mais pequena.

São os sinais dos tempos, mas podemos ficar devidamente consolados porque há gente que vela por nós, nem que seja para esperar que não nos esqueçamos deles na hora de depositar o papelinho dobrado ao meio ou em quatro partes se não houver inconveniente.

Contudo, devemos estar atentos ao que se vai passando porque o teatro não pode ser confundido com a mentira e com o embuste e com a aldrabice a que nos vão habituando.

Dificilmente nos vamos esquecer que o passos diz uma coisa agora e passados dois dias tem conhecimento e concorda com o seu contrário apresentado pelo portinhas numa conferência de imprensa, tipo declaração política feita a pensar na salvação do Estado.

Estamos conversados e convencidos que dentro do governo não há o mínimo sinal de divergências entre os senhores ministros porque sabemos e disso temos a certeza absoluta que ali reina a paz e a concórdia, que não precisava de tantas declarações públicas no sentido de se afirmar que está tudo de boa saúde.

E a prova intermédia de que tudo corre pela melhor das autoestradas, construídas no regime de ppp que vão custar os olhos da cara às "gerações futuras" cujo transporte perspetivado não passará de um burro recuperado, é o rotundo êxito da ida aos mercados com o encaixe de três mil milhões de euros a uma taxa de cinco, vírgula seiscentos e sessenta e nove, com uma procura de nove mil milhões.

Um êxito estrondoso, quando os alemães foram buscar apenas setecentos e cinquenta milhões a uma taxa negativa…!!!

O que não valeu o sorriso do gasparzito, como que a dizer: "mais um passo para assegurar o meu futuro quando me derem o esperado pontapé no cu…".

A propósito desta emissão: seria possível ter conhecimento de quanto nos custou os nomes daqueles bancos?


 

4.5.13

A devida quitação

Continua a desconhecer-se em concreto o valor em espécie ou em percentagem da tal coisa que dá pela designação de "contribuição adicional" imposta aos reformados e pensionistas pela troika, porque o governo português lava daí as suas mãos.

E com razão e forte fundamento o faz, porque ficámos hoje a saber que a coisa seria bem mais gravosa não fora a coragem e a determinação do portinhas que bateu o pé ao representante de quem manda em nós.

Por esta já deveremos ficar profundamente agradecidos à sua intervenção no processo que, apesar de tudo, ainda é o que consegue passar com a cara lavada, seguindo sempre o mesmo princípio e o mesmo comportamento: mostrar um rosto dorido e falar depois de todos os outros como se não fosse nada com ele.

Não sei quanto me vai tocar, mas será coisa de pouca monta uma vez que tenho a promessa do gasparzito que estava fora de questão o aumento de impostos e uma taxa e ainda por cima adicional não pode ser assunto de atirar com um tipo para a valeta, mas apenas qualquer coisa de colocar um joelho em terra para evitar queda maior.

Com isto tudo vão poupar-se uns milhões que não serão colocados a circular para aumentar o depauperado consumo, agravando ainda mais o pequeno comércio e as pequenas e médias empresas a definhar a olhos vistos, porque bens e serviços essenciais, nomeadamente eletricidade, gás, água e comunicações, continuarão na mesma, porque importa salvaguardar os lucros dos avultados investimentos que asseguram a boa vida dos portugueses.

Mas ficamos, por outro lado, com a certeza que o Estado vai reduzir substancialmente a sua despesa, como pretendido pelos nossos donos e patrões, coisa que nos deve alegar profundamente, como se fora a justificação das nossas vidas miseráveis.

Contudo, estou um tanto ou quanto surpreendido porque não se ouve falar do gasparzito como vinha sendo habitual, pensando eu que o homem até já tem vergonha de se mostrar e assumir a responsabilidade de toda a porcaria que tem atirado para cima do pessoal, optando por deixar a missão ao primeiro que tem uma cara de pau ainda maior que a do segundo.

Coisa feia está para acontecer com a saúde e com a educação, porque com a segurança social já estamos conformados, uma vez que toda a gente sabe que os pensionistas e reformados não têm qualquer possibilidade de enfrentar tudo o que lhe tem caído no toutiço, fazendo com que algo aterre ao lado sem causar danos de maior.

É gente que não tem defesas e não tem onde se apoiar, continuando apenas com a possibilidade de se lamuriar por tantos anos de descontos para criar uma expectativa de vida e disfrutar de um rendimento para o qual passou uma vida a contribuir e que agora, sem saber como nem porquê, se vê roubado numa boa parte, por conta da porcaria que os seus governantes fizeram e continuam a fazer.

Mas vale que o governo faça as contas a todos os descontos, faça as correções monetários devidas à desvalorização da moeda, inflação e taxas de juro e entregue a cada um dos pensionistas e reformados o montante apurado e fica tudo com a devida quitação.

3.5.13

A contribuição adicional

Começo a embirrar solenemente com estes sacripantas e pilantras incompetentes que continuam a fazer porcaria na governação cá do burgo.

Confessam que está fora de questão mais um aumento de impostos e depois atiram-nos com uma contribuição adicional, depois de nos terem oferecido uma contribuição de solidariedade, depois de um primeiro esbulho do valor das pensões.

Isto estaria pelas ruas da amargura se não se desse o caso de já terem o desplante e a pouca vergonha de ocultarem os valores desta tal contribuição adicional e muito menos esclarecer a quem se aplica e como se aplica.

Pensam estes tipos que basta fazer um olhar de carneiro mal morto, de apresentar um rosto todo pesaroso, fazer o discurso num tom suave e quente para que toda a gente fique a pensar que se trata de um verdadeiro sofrimento pelo que estão a fazer aos funcionários públicos e aos reformados e pensionistas.

Mas não vamos em conversa fiada e todos entendemos que estes trafulhas não sabem fazer outra coisa que não seja aumentar os impostos e as diversas contribuições impostas ou voluntárias para tentarem diminuir as despesas.

Nem este desiderato já conseguem, porque os cortes nos salários, complementos e pensões não se refletem na mesma proporção na diminuição da despesa, mais parecendo que estamos perante um fenómeno deveras interessante: alguém corta, alguém gasta, para desespero do gasparzito, que não é capaz de apresentar trabalho decente perante os seus patrões.

Estamos feitos num oito, porque esta cambada continua com o mesmo comportamento e com as mesmas políticas do primeiro dia na perseguição dos seus objetivos fundamentais: domar os funcionários públicos e arrasar com os serviços públicos, principalmente os que se relacionam ou que façam parte das funções sociais do Estado.

Ainda falta um bocado, mas tenhamos paciência porque, como diz o ditado, Roma e Pavia não se fizeram num dia e lá chegarão se lhes derem mais algum tempo.

Eles não desistem, porque estão impregnados de um tal espírito de missão que são incapazes de bater com as mãos na testa e admitir que alguma coisa está a correr de tal modo mal que já pouco resta para se chegar à tragédia.

Porque os argumentos já são muito poucos e não convencem ninguém, excetuando os próprios e os deles dependentes, tentam convencer-nos que seremos expulsos do euro a que se segue a bancarrota, e o fim da nacionalidade.

Até apetece lançar o desafio final: que nos expulsem do euro e que se declare a bancarrota…

Adorava ver a cara e a reação dos nossos credores…!!!

2.5.13

O consenso

Andava a ficar convencido que o ministro da economia começava a fazer um esforço enorme para se emancipar do gasparzito, muito contribuindo para o efeito o tal plano do desenvolvimento industrial, ou qualquer coisa do género, anunciado com pompa e circunstância e que mereceu rasgados elogios de quase todos os parceiros sociais.

Este tal plano parecia dar fortes indícios de que finalmente o governo pensava um pouco na economia e no emprego ao fim de mais de dois anos a atuar sobre os problemas financeiros, que continuavam a agravar-se continuamente, por mais impostos e desgraças que fossem impostas aos funcionários públicos, aos reformados e pensionistas e a todos aqueles que ficavam sem o posto de trabalho que lhe dava alguma guita para sobreviver.

Já muita gente se regozijava com esta iniciativa do ministro da economia dando a entender que finalmente o gasparzito não ganhava uma totalmente e via-se um tanto ou quanto ultrapassado pelos acontecimentos.

Nem toda a gente se convenceu, porque do parecer ao ser ainda continua a vigorar uma grande distância que o gasparzito só deixa aumentar até ao comprimento da sua manápula.

Ainda a poeira não tinha assentado e já estava a ser anunciada mais uma etapa na sequência de todas as anteriores: quem pensou que a economia entrava na agenda do governo, pode ficar desenganar-se porque o ajustamento continua a exigir que o setor administrativo do Estado seja reduzido à sua expressão mais conveniente para que se possa dizer que o seu peso na economia já não tem significado e que agora é que a coisa endireitar-se.

Sempre o disse e vou continuar a dizê-lo: a filosofia e o objetivo da política do ajustamento não era resolver o problema da dívida nem do défice, porque o que está em causa é a diminuição do nível de vida da população em geral fazendo-a regredir até aos valores de dois mil e oito, isto é, diminuir os custos do trabalho e das pensões em cerca de quarenta por cento.

A coisa está a caminho e serão os mesmos que vão pagar as favas, pois o gasparzito precisa destes prazeres para continuar a assumir-se como o carrasco destes preguiçosos que querem viver com alguma decência.

O conselho de ministros foi ontem, mas as medidas concretas que vão por em execução o desvio de mais uns quantos milhões vão ser anunciadas pelo primeiro na sexta-feira à noite para que o pessoal tenha um fim de semana inteiro para se conformar pela sua inevitabilidade se não quiserem cair no abismo e na bancarrota por falta de meios financeiros para pagar os salários e as pensões a quem de direito.

Como se esperava, esta gente não desarma e continua a querer e a proclamar o consenso e o acordo para as medidas e para os planos aprovados sem o conhecimento dos interessados.

Aumenta cada vez mais o acordo e o consenso no sentido de se tornar imperioso mandar de volta para a Europa o tal mandatário que já colocou no desemprego mais de duzentos mil trabalhadores…

Ainda não o fizeram, mas vão pegá-lo…