Tudo leva a crer que eu estava enganado: afinal de contas não vou ficar mais pobre com essa história da taxa adicional a aplicar às pensões, anunciada pelo passos e desmentida dois dias depois pelo portinhas.
Podemos então ficar descansados porque, desta vez, o senhor dos pobres, dos reformados e dos pensionistas sem esquecer os homens da lavoura, velou cuidadosamente por todos nós, cabendo-lhe agora a tarefa hercúlea de encontrar um substituto à altura de montante semelhante.
Tão empenhado que ele é, sem dúvida que o vai encontrar muito rapidamente para que não se volte à primeira forma, que sempre era a mais fácil e não fazia muita diferença, pois sujeitos que em nada contribuem para o produto interno bruto mas apenas para depauperar o estado, já cá temos muitos para lá dos pensionistas e reformados.
Basta-nos os largos milhares de jovens que ainda não sabem o que é ter um patrão e todos aqueles que já não o têm ou que o vão perder nos próximos meses, para todos darem conta dos recursos financeiros cobrados pelos impostos sobre os restantes que lá vão fazendo das tripas coração para manterem os seus postos de trabalho e sobre todos aqueles que passaram um carreira a contribuir para a sua pensão e que agora a vão vendo cada vez mais pequena.
São os sinais dos tempos, mas podemos ficar devidamente consolados porque há gente que vela por nós, nem que seja para esperar que não nos esqueçamos deles na hora de depositar o papelinho dobrado ao meio ou em quatro partes se não houver inconveniente.
Contudo, devemos estar atentos ao que se vai passando porque o teatro não pode ser confundido com a mentira e com o embuste e com a aldrabice a que nos vão habituando.
Dificilmente nos vamos esquecer que o passos diz uma coisa agora e passados dois dias tem conhecimento e concorda com o seu contrário apresentado pelo portinhas numa conferência de imprensa, tipo declaração política feita a pensar na salvação do Estado.
Estamos conversados e convencidos que dentro do governo não há o mínimo sinal de divergências entre os senhores ministros porque sabemos e disso temos a certeza absoluta que ali reina a paz e a concórdia, que não precisava de tantas declarações públicas no sentido de se afirmar que está tudo de boa saúde.
E a prova intermédia de que tudo corre pela melhor das autoestradas, construídas no regime de ppp que vão custar os olhos da cara às "gerações futuras" cujo transporte perspetivado não passará de um burro recuperado, é o rotundo êxito da ida aos mercados com o encaixe de três mil milhões de euros a uma taxa de cinco, vírgula seiscentos e sessenta e nove, com uma procura de nove mil milhões.
Um êxito estrondoso, quando os alemães foram buscar apenas setecentos e cinquenta milhões a uma taxa negativa…!!!
O que não valeu o sorriso do gasparzito, como que a dizer: "mais um passo para assegurar o meu futuro quando me derem o esperado pontapé no cu…".
A propósito desta emissão: seria possível ter conhecimento de quanto nos custou os nomes daqueles bancos?