Os polícias gregos são uns brutamontes e revelaram uma total falta de cavalheirismo a toda a prova: não querem lá ver que não estiveram com meias medidas e aqui vai disto, uma descarga ou carga de gás lacrimogéneo precisamente para o local onde se encontrava a filmar a repórter/jornalista e enviada especial da estação pública de televisão de todos nós!!!
Aqueles energúmenos nem se dignaram avisar a nossa enviada especial que ali foi enviada para nos dar conta das desgraças gregas e desataram a gasear aquela gente toda sem se sequer cuidarem de saber se por ali havia alguém que se parecesse com eles, os gregos.
Porque se tivessem esse cuidado logo teriam verificado que a nossa enviada especial, embora portuguesa, não podia deixar de ser considerada como uma filha da antiga gente grega, pois que parece que o Ulisses terá nascido lá para aquelas bandas e durante os seus devaneios pelo mundo fora terá um dia acordado no rio Tejo e fundou a Ulissipo, hoje por nós habitada.
Entretanto, chegou-me aos ouvidos uma miniexplicação para o gaseamento da nossa enviada especial: a polícia grega não fazia a mínima ideia que a televisão pública portuguesa tinha dinheiro suficiente para mandar a Atenas uma jornalista com a categoria de enviada especial e, muito menos, uma enviada especial portuguesa que nem aos portugueses parece ser portuguesa por não apresentar aquela tez morena e cabelos castanho-escuro ou mesmo preto como seria bem de esperar dada a nossa descendência...
Temos, por isso, que desculpar a imbecilidade dos polícias gregos quando não descortinaram que a enviada especial era portuguesa e não uma daquelas jornalistas de meia tigela que fazem a pandilha com aqueles tipos louros lá do norte, que se pensam donos de meio mundo, mas não têm qualquer costela do Platão, do Aristóteles e principalmente do Sócrates...
Embora desculpados, não estão perdoados por terem causado aquelas lágrimas da nossa enviada especial, que todos vimos correr pela face da respetiva, apesar da máscara, igual à que eu levo ao estádio do glorioso para não respirar o ar envenenado pelo tabaco e não pelo gás grego...
Para a próxima teremos que exigir à nossa televisão pública um cuidado redobrado para avisar com a devida antecedência o envio da enviada (o) especial para trazer até nós o que de mais importante se passa no mundo mesmo que seja uma coisa qualquer passada no parlamento grego, cujas consequências poderiam ser uma tragédia para os portugueses.
Assim como assim sempre fomos informados e logo em primeira mão que o gás lacrimogéneo utilizado pelos polícias gregos não está falsificado, faz mesmo chorar e dá origem a lágrimas verdadeiras e não àquelas de artista de cinema produzidas pela cebola cortada...