Perguntava-me outro dia um amigo meu se, passadas que foram as eleições autárquicas e reeleito Vereador o Vereador Sá Fernandes, passava a orientar os meus humores para outra coisa que não fosse a ciclovia da Avenida do Colégio Militar.
"Jamais" (pronuncie-se em francês para recordar expressões famosas de um passado recente) …, mas admito qualquer coisa se houver alguma disponibilidade para percorrer a dita ciclovia desde o Largo da Luz até ao Parque da Quinta da Granja, que, diga-se, ficou bem melhor do que aquilo que eu imaginava, muito embora note que foram colocados poucos bancos, como se o Parque seja de passagem e não propriamente para lazer do pessoal, além de que se esqueceram da criançada, que adora escorregas e baloiços…
Que sim senhor, vamos lá tratar de efectuar esse percurso, sendo conveniente que se faça a descer e a pé, porque a subir e de bicicleta nem a Helena Roseta.
Começamos aqui no Largo da Luz e deixamos para trás o que se passa para os lados da Avenida Fernando Namora. Aqui no Largo da Luz tem que haver muita atenção para se encontrar vestígios da ciclovia, mas ali mais à frente já se nota qualquer coisa ao atravessar o topo norte da Avenida do Colégio Militar, o que exige muita atenção pois pode muito bem acontecer que venha um veículo a subir ou a descer a dita que foi Avenida.
Agora presta bem atenção ao que se passa junto à paragem dos transportes públicos ao lado do Edifício da Junta de Freguesia e nas traseiras (?) do Prémio Valmor de Carnide e magnífico jardim anexo: a ciclovia parece que vai acabar, mas umas curvas bem desenhadas lá nos indicam que vai continuar agora a descer a Avenida do Colégio Militar; toma nota que vamos atravessar a Rua Maria Veleda e da pista nada se vê; o mesmo acontecendo logo a seguir na passagem da Rua Adelaide Cabete e logo um pouco mais, sem se saber porquê deixa de haver pista numa pequeníssima distância junta à segunda paragem dos transportes públicos, para recomeçar e desaparecer no atravessamento da Rua Ana de Castro Osório, com entradas e saídas e viragens à esquerda e à direita e ainda mudanças de direcção de uma boa quantidade de veículos; ali está ela na sua cor distinta para logo desaparecer nas superiores da Avenida da Pontinha ou se se preferir no topo norte da Praça Cosme Damião, que não tem culpa de coisa alguma; passados que são uns sigzagues lá encontramos a ciclovia a dirigir-se para Sul, para se interromper na entrada do Parque subterrâneo do CCC, onde encontramos uma boa quantidade de areias e lixo e até água, após a chuva que veio sujar a novíssima pista não demonstrando qualquer respeito pela segurança dos ciclistas, mas ela lá continua até ser abruptamente interrompida nas inferiores laterais da Avenida Lusíada, prosseguindo em curva e contracurva para atravessar a Praça da Revista Militar até ser absorvida pelo Parque da Quinta da Granja…
Durante este percurso não passou um ciclista e uns peões usavam a pista para evitar o ondulado e as pedras soltas do passeio, sendo sempre preferível usar a ciclovia, tanto mais que os seus felizardos destinatários ainda continuam uns mal-agradecidos.
Pois, se a ciclovia fosse construída no outro lado da Avenida do Colégio Militar talvez que…
Contudo o que me parece é que a Cidade tem necessidade de coisas bem mais importantes e prioritárias à espera da iniciativa não só Vereador Sá Fernandes como também de todos os que assumiram responsabilidades pessoais perante os eleitores e onde a relação custo/benefício seria bem mais interessante que a construção de uma ciclovia, cuja utilidade é muito duvidosa.
Sem ofensa e salvo melhor opinião…