Era o Vinho

Hoje confesso umas coisas: sou cliente frequente dos hipermercados do grupo do Senhor Engenheiro e membro do Clube de Vinhos; desde que o Senhor Engenheiro foi afastado da compra do BPA e muito depois da PT nutro por ele alguma simpatia e até admiração e e mantenho profundas ligações desde a sua fundação à Cooperativa de Produção e Consumo dos Empregados Bancários, uma das poucas cooperativas de consumo constituídas pós-25 de Abril ainda em funcionamento.

O que é que estes factos podem ter em comum? Pois, digo já.

Dedico alguma atenção aos vinhos colocados à disposição dos consumidores em qualquer superfície comercial a que acedo.

Daí que dedique também alguma atenção aos vinhos existentes no hipermercado do grupo do Senhor Engenheiro, especialmente na sua "feira de vinhos" de vez em quando realizada.

Na última fixei-me num vinho da Cooperativa Agrícola de Granja, o "Granja-Amareleja, DOC Alentejano, Denominação de Origem Controlada, Reserva 2001", com rótulo de cortiça. Este vinho apresentava um preço de 9,98 euros com 50% de desconto em cartão.

Claro que não tive dúvidas em colocar seis garrafas no carrinho das compras e airosamente lá fui para as caixas pagar o que tinha a pagar ao hipermercado do grupo do Senhor Engenheiro, todo satisfeito pela opção efectuada, não sem ter notado que um outro vinho da mesma Cooperativa, mas de 2006, apresentava o mesmo preço.

Nos dia seguinte tive a oportunidade de saborear o referido vinho num almoço com os amigos da Cooperativa de Consumo, tendo o mesmo sido bem apreciado, disponibilizando-me a adquirir mais seis garrafas para satisfazer os gostos de um amigo.

Lá fui ao hipermercado do grupo do Senhor Engenheiro à procura do tal vinho, mas só consegui duas garrafas, pois outros "entendidos" terão notado que se tratava de uma pechincha a aproveitar…

Passadas que foram três quatro semanas e após as minhas acesas críticas ao Senhor Gerente da Coopbancários, sou confrontado com uma amarga realidade e com uma vingança demoníaca que me deu o mais violento murro que já recebi na minha vida e que me fez corar de vergonha:

"Aquele tal vinho comprado no hipermercado do grupo do Senhor Engenheiro por 9,98 euros com 50% de desconto em cartão pode ser adquirido aqui na nossa superfície comercial pela módica quantia de 4,90 euros já com IVA e com a nossa margem de comercialização e aquele outro de 2006 também aqui pode ser adquirido pelo preço de 4,41 euros e não pelos 9,9898 euros como lá no hipermercado do grupo do Senhor Engenheiro… e ainda leva uns quantos pontos em cartão da cooperativa…"

Pois é!

Aqui temos um exemplo das campanhas de promoção levadas a cabo pelas grandes superfícies comerciais, nas quais os consumidores são levados a adquirir aquilo de que precisam e aquilo perfeitamente dispensável com "preços" altamente convidativos, mas que se revelam altamente enganosos…

Neste caso, cabe perguntar: Quem se enganou?

Se não encontrar resposta, pergunte: Quem enganou quem?

Se continuar a não encontrar resposta, pode afirmar que com toda a certeza o consumidor é que paga as favas…

Já aqui escrevi uma vez: que a pouca vergonha era verde e o burro comeu-a…

No dia de hoje, 26042009, o tal vinho apresentava preço de 10,29 euros sem qualquer desconto!!!, mas na Cooperativa, ali pela Rua de Dona Filipa de Vilhena no supermercado da Coopbancários continua com os 4,90 euros, se é que ainda resta alguma garrafa!!!

Afinal, com promoções ou sem promoções sempre sou eu a pagar os 5/10 cêntimos de desconto nos combustíveis na parceria dos grupos dos Senhores Engenheiros…