Durante o serão de ontem tive a oportunidade de passar cerca de vinte minutos a ver e ouvir os intervenientes na quadratura.
Durante aqueles vinte minutos fiquei "banzado" com duas intervenções, uma do Pacheco Pereira e outra do Carlos Andrade, por quem tenho estima e consideração desde há muito tempo.
Fiquei a saber que o Pacheco Pereira construiu uma teoria deveras interessante para justificar algumas das suas intervenções de momento: a teoria do Padrão.
Nunca me passara pela cabeça que o facto de um chumbo de uma qualquer proposta ou projecto que implique aprovações de membros do governo constitui um padrão, cujo significado é, nem mais nem menos, a existência de corrupção.
Muito provavelmente o Pacheco Pereira também não tinha imaginado que a existência de um chumbo de uma determinada proposta tem como significado imediato o primeiro passo para a corrupção, tanto mais que ele sabe que vai haver uma segunda tentativa para fazer aprovar o projecto e de novo a existência de mais um acto de corrupção e assim indefinidamente até à aprovação final e à consequente entrega da guita…
Mas, naquele momento, aquela cabecinha pensadora constatou que dava jeito lançar para a mesa a teoria do Padrão, a partir de juízo pré-determinado sobre os acontecimentos do momento.
Eu sei muito bem que o Pacheco Pereira sabe muito bem que a teoria do padrão não tem qualquer significado, construída que foi daquela maneira, mas como o homem não quer "ser tido por parvo", lá foi construindo a teoria fazendo dos outros nada menos que imbecis chapados, como se todos fossem ignorantes sobre matérias de construção e validação de teorias...
A isto eu chamo "desonestidade intelectual", produto de um intelecto emocionalmente comprometido pelas suas posições políticas que se sobrepõem à sua qualidade de "comentador"…
O que todos já sabemos e o Pacheco Pereira também sabe, é que o seu comportamento e as suas intervenções na dita quadratura configura um padrão de comportamento totalmente contrário a qualquer política do actual governo, independentemente da sua aversão e repulsa pela figura do Primeiro.
Mas contra isso nada podemos fazer pelo Pacheco Pereira a não ser dizer "que se aguente à bronca".
A outra situação tem origem no Carlos Andrade.
Também não me tinha passado pela cabeça que o Carlos Andrade tivesse a ideia de obter uma resposta concreta sobre uma situação hipotética e ainda por cima baseada numa mera suposição: "… e se … tal e tal…diria que… o que é que faria…"
Até parecia que estava perante um comentador ou relator desportivo a apreciar um jogo de futebol atirando para o ar coisas como "se fosse mais uns centímetros para dentro era golo", "se não estivesse ali o poste a bola entrava na baliza", "se o guarda-redes não se atira daquela maneira não chegava à bola", " se o remate fosse com mais intenção era golo pela certa"…
Às vezes, era melhor não sair à rua.