Por vezes, os títulos dos jornais são deveras curiosos.
Não querem lá ver que um dia destes num desses títulos são referidos "os nómadas e os mendigos" para referir qualquer coisa relacionada com não sei já o quê.
Não levem a mal de eu já não me recordar do que tratava a notícia, pois fiquei com aquela coisa de "nómadas e mendigos" na cabeça que não liguei nada ao que deveria ser coisa importante.
Claro que "deduzi" que os tais "nómadas" não seriam propriamente aqueles famosos residentes do deserto mais os seus camelos e as suas cabras, que não param muito tempo na mesma duna e andam em movimento permanente e, por isso, são denominados de "nómadas".
Mas estes mendigos do título do jornal seriam mesmo mendigos, eventualmente uns seriam "sem-abrigo" e outros passeantes do metropolitano, enquanto os tais nómadas não seriam os tais nómadas mas aquelas tais pessoas que todos sabem quem são e que agora não ousam dizer quem são, com receio de serem cognominados de "racistas" e até de "chauvinistas"…
Cá por mim também não os cito pela sua verdadeira denominação, mas sempre vou dizendo que se trata de pessoal que vive do rendimento social de inserção, o tal famigerado rendimento mínimo criado pelo então Primeiro AG, de má memória para muita gente, mas de boa para cerca de trezentos e trinta mil, trinta e cinco mil dos quais são precisamente os tais "nómadas" de unm total de quarenta e cinco mil, citados no título de um jornal…
Diga-se, desde já, que me recuso a aceitar que esse tal rendimento social de inserção não chegue para viver uma vida mais ou menos decente e que seja uma autêntica miséria pois é impossível um almoço que se veja com essa guita que se põe ao dispor dos nómadas…
Pelos vistos pode não chegar para um bom almoço, mas já dá para ter em casa um plasma, uma Xbox, uma PlayStation, um DVD para não citar outras coisas bem mais comuns e de lana-caprina, tais como frigoríficos, arcas congeladoras, microondas, sofás de pele…
E já agora o director do tal jornal que se cuide: ao chamar-lhe de "nómadas", está a justificar inteiramente a posição dos tais nómadas: não os podem obrigar a viver indefinidamente num determinado lugar mesmo que não paguem rendas e tenham casa gratuita, pois que a sobrevivência dos tais "nómadas" passa precisamente pela deambulação constante sob pena de perderem a sua identidade cultural…
O que seria desastre para a sociedade portuguesa…
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