16.7.08

A energia nuclear

O Governador do Banco de Portugal não estava satisfeito como a sua presença nos meios de informação e comunicação social e, vai daí, “amanda” umas bocas sobre qualquer coisa relacionada com a energia nuclear.

Não sei se o homem estava à espera que a retroacção das suas palavras fosse de agradecimento de todo o Povo Português, especialmente do Governo, para a extraordinária ideia que tivera numa daquelas raras ocasiões em que o Senhor Governador está a descansar do enorme cansaço provocado pela actividade inerente ao seu papel.

Também não sei se o Senhor Governador já tem em seu poder o estudo total e integral de todas as variáveis intervenientes do processo de produção e distribuição da energia nuclear para que possa fundamentar de uma maneira rigorosa e exaustiva, como deve ser próprio deste processo, as suas opiniões.

E muito menos sei se o Senhor Governador está disponível para oferecer ao Povo Português e ao Governo esse tal estudo, uma vez que foi elaborado, certamente, fora das horas de “serviço” afectas à função de Governador do Banco de Portugal, e roubadas seguramente ao tempo que estaria dedicado ao descanso e ao lazer e também ao sono…

Provinda que foi do Senhor Governador do Banco de Portugal, que não é um qualquer ministro e muito menos um desconhecido secretário de Estado, a ideia foi, certamente, produto de uma análise mais que profunda de tudo o que se passa à volta da construção de uma central nuclear, ao seu funcionamento e à sua exploração, sem descurar todas as questões relacionadas com custo, segurança, ambiente, proveito, combustível e muitas mais coisas que a um leigo podem passar despercebidas, mas que ao Senhor Governador do Banco de Portugal não devem suscitar qualquer problema de entendimento e atenção…

Vamos pensar no assunto durante todo o tempo deste mundo, prestando uma especial atenção ao comportamento do Senhor Governador do Banco de Portugal quando deixar de ser Governador do Banco de Portugal e for encarregado pelo Governo para produzir o projecto para a construção de uma central nuclear em Portugal, sem qualquer compensação financeira, uma vez que o senhor estará a ganhar uma choruda reforma, aliás bem merecida, pelo incessante trabalho de Governador do Banco de Portugal, agravado pela necessidade de pensar por toda esta cambada de parolos que só se preocupa com subida do preço do petróleo e não na produção de energia barata aqui mesmo à mão de semear…

O que é que se há-de fazer!? Somos mesmo uns ingratos…e não entendemos os nossos génios…

 

 

 

 

 

Sem comentários: