Parece que os senhores deputados ficaram muito admirados por o relatório da entidade reguladora do não sei quantos veio a dizer que não havia cartelização na formação dos preços dos combustíveis e que a galp não abusava da sua posição dominante no mercado…
Não sei o que é que os senhores deputados estavam à espera ou até que o Governo e ministros aguardavam do relatório pedido com tanto entusiasmo que não fosse o que o relatório veio, por fim, a dizer: que em Portugal está tudo bem no que diz respeito ao preço dos combustíveis.
Claro que não compete à tal autoridade dizer o que está mal no que diz respeito ao preço dos combustíveis porque isso seria invadir as competências e outras entidades e a sua vocação ou missão não é propriamente meter-se onde não é chamada.
Dado que a autoridade disse nada mais resta que acreditar que as empresas petrolíferas não combinam coisa alguma para determinar o aumento dos preços dos combustíveis por não necessidade de dialogar sobre tal matéria nem sequer gastar um tusto para combinar seja o que for.
Basta que a que tem a posição dominante aumentar os preços para que as outras duas sigam a orientação umas horas depois… tudo simples, tudo legal, porque estas empresas prestam um elevado serviço à Pátria, para que possam ser enxovalhadas pelos ignorantes destas coisas do preço dos combustíveis…, que tiveram a ousadia de pensar que a lei não estava a ser cumprida…
De facto existe alguma lei que obrigue ganhar só um (1) cêntimo, quando se pode ganhar dez (10)?
Já disse numa crónica anterior que um dia estaríamos por aí a louvar e a agradecer o papel destas empresas petrolíferas na salvação da Pátria Lusitana e que chegaria um dia da necessidade de um peditório para salvar a honra do petróleo…
Cada vez estou mais convencido que esse dia já não está longe, mas eu continuo com a mesma pergunta ao inverso: porque é que o preço do petróleo baixa cinco e o preço dos combustíveis baixa 0?
Para terminar, um aparte: já ouviram algum comentário do Alberto João ao preço dos combustíveis…?
Sem comentários:
Enviar um comentário