1.2.08

Foi a brucelose

Como é habitual quando estou no Alentejo passo pelo Café do um pouco depois do jantar para beber um descafeinado e dar dois dedos de conversa com esta gente, circunstância que me alivia o moral e me conforta o espírito.

Mas ontem foi um tanto ou quanto diferente porque tive a oportunidade de me rir a bandeiras despregadas e não foi por anedotas que ouvia nem por ter saído o euromilhões a um qualquer alentejano aqui da terra.

Ri-me a bandeiras despregadas pela abordagem natural com que os meus dois interlocutores abordavam algumas questões candentes e actuais que se passam com pessoal daqui da aldeia e que se relaciona com a política agrícola.

Que a agricultura está mal, parece que não suscita grandes preocupações para esta gente que vive sem os grandes subsídios provenientes das europas.

Que vive, agora, porque até relativamente pouco tempo o pessoal abotoava-se com umas massas bem boas que davam para viver à grande e à francesa.

Contudo, o pessoal esqueceu-se que algumas não se tratava bem de subsídios mas de adiantamentos por conta de investemimentos e de campanhas agrícolas e que um dia alguém viria solicitar a devolução da guita.

O que acontece é que esse momento parece que chegou e algum pessoal não anda muito satisfeito: estão a bater à porta para cobrar o adiantado, que vai muito tempo não deixando rasto nem coisa que se veja

Mas outros continuam em grande: ainda recebem uns quantos euros por uns sacos de trigo semeados uns quantos anos de tal modo que esses terrenos passaram por diversas mãos. Outros continuam a receber o subsídio por ovelhas que venderam um bom par de anos.

Mas agora a coisa até nem anda mal de todo: parece que está controlado o movimento de ovelhas, vacas, cabras por diversas herdades para a contagem respectiva

Mas a maior delícia foram as histórias da brucelose ocorridas uns tempos: carneiros que infectavam rebanhos que ninguém queria comprar e depois iam para a matança com um valente subsídio pelo abate

De coisas permitidas pela porca da política agrícola que se vai praticando, se falou neste serão alentejano…

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