Vencia eu os cerca de cento e oitenta quilómetros que separam o meu "carporto" do Alentejo e meu parque de estacionamento de Lisboa, quando ouvi uma notícia deveras surpreendente e mais estranha ainda, referindo, como fonte, um estudo da Faculdade Económica de Lisboa, (estes jornalistas leitores de texto de notícias são uns pontos), referindo que "não são precisos mais juízes, não são precisos mais tribunais, não são precisos mais advogados…". No fim a notícia referia um estudo da Faculdade de Economia de Lisboa…
Disto já temos em abundância e, no entanto…
A Justiça é o que se ouve dizer e o que alguns sabem por experiência própria.
Se já temos juízes que cheguem, se já temos tribunais que cheguem, se já temos advogados que cheguem, então …
O que faz falta?
Porque é que esta coisa não funciona?
Porque é que toda a gente se queixa?
Parece que para os juízes, segundo um responsável sindical ou pró-sindical, a culpa não é dos juízes, a culpa não é dos tribunais, a culpa não é dos advogados e segundo eu a culpa não será, certamente, do pessoal de limpeza… mas sim da LEI !!!
Lindo, esta coisa da culpa ser da Lei…
Cá por mim, continuo a pensar que se noventa por centos dos juízes trabalhassem cerca de seis horas por dia, o estudo diria uma coisa completamente diferente, muito embora admita que a situação em que se encontra a Justiça em Portugal continuaria a ser da responsabilidade da Lei.
Tenha-se presente que os desgraçados dos juízes não fazem a lei que aplicam, nem aplicam a lei que fazem e, estou seguro, que lutam diariamente por uma lei melhor e que responda com eficácia às necessidades de quem utiliza os tribunais.
Lamento profundamente que o pessoal não tenha mais consideração e mais respeito pelo alto estatuto social, profissional e ético dos (as) juízes portugueses, porque se isto já é um pandemónio, sem eles seria realmente uma república das bananas… sem remédio e sem conserto…
Sem comentários:
Enviar um comentário