29.6.07

Piso 0

Acabei de cumprir uma obrigação por força de uma execução fiscal relativamente ao não pagamento da taxa de esgotos relativamente ao ano de 2003. Paguei e não ... porque não tinha maneira de provar que houvera engano, dado que não procurei devidamente a prova de pagamento em devido tempo, se é que o houve.

Dirigi-me ao Piso 2 do número 25 do Campo Grande em Lisboa e logo que preparado para efectuar o pagamento fui esclarecido que deveria dirigir-me à Tesouraria sita no Piso 0, onde tinha estado momentos antes, para efectuar o referido pagamento.

Mas os computadores da CML não funcionam entre o Piso 0 e o Piso 2? ...mas nós é que temos de desbloquerar o processo. Tudo bem, mas o que venho eu fazer ao Piso 2 se depois tenho que ir ao Piso 0, onde estive agora mesmo...

...Pois...

Pois lá voltei ao Piso 0, tirei uma senha e esperei cerca de 12 minutos para ser atendido, isto é, para efectuar o pagamento...

A rapidez do processo pareceu-me uma eternidade porque estavam dez pessoas à minha frente, havia dois funcionários no atendimento e...

Havia gente a protestar em surdina contra a demora do atendimento, pois que estavam apenas dois funcionários... até parecia que tinham os cofres cheios e era preciso não andar muito depressa para dar tempo a que se procedesse ao seu esvaziamento para pagar aos fornecedores...

Alguém falou do "Simplex"...

26.6.07

Gentes do Norte

Estive por ali cerca de quinze minutos, mesmo assim um pouco mais do que me é habitual. Foi suficiente para ter uma ideia geral dos presentes e da natureza geral das intervenções, pelo que não me surpreendeu o que ouvi durante aquele longo quarto de hora.

Não é que tivesse valido a pena permanecer tanto tempo a ouvir a autoflagelação com que os "importantes" do Norte, diga-se, do Porto, brindaram a Portugal inteiro, mas foi perfeitamente suficiente para entender duas coisas:

O Porto está-se borrifando para o Norte.

Para o Porto o Norte é o Porto e uns arredores bastante limitados.

Não fora as intervenções bastante cordatas do Presidente da Fundação Bial, diríamos que nem o Engenheiro esteve á altura de outras vezes que apareceu a falar na televisão.

Não querem lá ver que o argumento do Engenheiro estava baseado no sentimento de que perdeu a opa, porque Lisboa quis prejudicar o Porto!!!

Que diabo, um dos maiores, senão o maior, precisa de argumentos deste gabarito para justificar a sua derrota? Sempre estive ao lado do Engenheiro nessa guerra de capitais, embora não tenha um cêntimo empatado nem num nem noutro, mas também entendo que as afirmações ali proferidas não são próprias da sua credibilidade nacional e internacional e muito menos de quem é nem regional, nem nacional, mas internacional, como convém ao grande capital.

Nunca pensei que fosse possível reunir tanta gente a lamuriar-se por ser do Porto e, por isso, estar convencido que seria tratado de outra maneira de fosse doutro lado qualquer e se de Lisboa tanto melhor.

Nunca pensei que fosse possível ouvir tanta parolice de tanta gente por quem os sinos bradam, ouvir tantos disparates de quem tem obrigação de atirar cá para fora ideias e pensamentos dignos de gente por quem se tem elevada consideração pessoal.

Mas é assim: nem sequer nos passa pela cabeça que este longo processo de vitimização tem como único e seguro objectivo justificar a incapacidade de o "Porto" conquistar um lugar ao sol do desenvolvimento social e económico e colocar-se a par ou acima de outras regiões bem menos barulhentas e até bafientas.

De qualquer modo, sempre ouvi dizer que nada se comparava ao Norte quando se fazia referência a automóveis de altíssima gama…

22.6.07

O rosto do sofrimento

Fiquei altamente preocupado pela cara de sofrimento da Arquitecta a propósito das dificuldades e obstáculos que os deficientes de todas as deficiências, os velhos, as velhas, as crianças, os idosos, as idosas e todas as pessoas enfrentam e são obrigadas a ultrapassar sempre que se aventuram a deambular pelas ruas da Capital.

A Arquitecta mostrava um aspecto tão pesaroso e tão carregado pelo sofrimento alheio, que nos fazia esquecer que grande parte da responsabilidade dessas dificuldades e desses obstáculos têm origem na elevadíssima qualidade dos projectos feitos e ou assinados pelos seus distintos colegas de profissão com o conhecimento total da respectiva Ordem…

Mas é suficiente para nós ver a emotividade estampada no rosto da candidata pelo que se passa nas ruas de Lisboa, como se o conhecimento da desgraça já fosse meia vitória para o candidato…

Por isso, aqui fica o meu registo da sensibilidade da candidata, pois que todos os outros ainda não falaram desta matéria, certamente considerada de somenos importância, não fora outros voos bem mais elevados, como sejam as discussões sobre os aeroportos da capital, bem como as estações do tgv…

Perante tais problemas, deve reconhecer-se que, pensar ou mostrar qualquer preocupação pelas dificuldades da circulação de peões pelas ruas de Lisboa é não andar com os pés bem assentes na terra ou considerar que problema bem mais grave é o estacionamento dos carros nas curvas, nos passeios, nas passadeiras, ou os sinais de trânsito a dificultarem a passagem de todos os transeuntes, independentemente das suas deficiências.

Mas quem pode pensar que a responsabilidade e a culpa é do Presidente, dos Vereadores e dos Directores e demais chefes e nunca de arquitectos e de engenheiros…

Nós sabemos que não é bem assim, mesmo que a Arquitecta não diga nada sobre a matéria.

E vai continuar a falar da mesma maneira, pelo simples facto de não ser eleita Presidente no próximo dia quinze do sete, ficando todo o pessoal esperando a sua eleição como vereadora para que a Cidade tenha alguma hipótese de se virar de cabeça para o ar, aguardando eu, em particular, que tudo isso não seja à custa de pelo menos mais dez assessores…

20.6.07

Dor de cabeça

Quase todos os dias me tenho sentado frente ao ecrã/teclado do computador para escrever mais uma nota e quase todos os dias me tenho sentido incapaz de o fazer!

Tenho andado a olhar para tudo o que me rodeia para descobrir algum tema que seja suficientemente motivador sem me originar quaisquer condicionantes de natureza pessoal e sempre se me tem surgido a inevitabilidade de escrever contra a minha vontade.

Por isto nada tenho escrito.

Olha para a esquerda e vejo a Ota.

Olha para a direita e vejo Alcochete.

Para a frente e vejo Rio Frio.

Olha para trás e vejo as Faias.

Olha para entre a esquerda e a direita e vejo Poceirão.

Olho para entre a direita e a frente e Portela +1.

Olho para entre a esquerda e ao lado e vejo a CIP.

Olho para o ar e vejo a ACP (Porto).

Olho para todo o lado e só vejo gente a falar do Aeroporto Internacional de Lisboa.

Uma autêntica dor de cabeça para a minha cabeça, já de si totalmente cheia com as vozes da desgraça.

Já não me chega o desemprego.

Já não me basta a economia.

Já não me chega a inflação.

Já não me basta a carga fiscal.

Já não me basta a saúde.

Já não me chega a educação, as notas de português, as nota de matemática, os professores, os alunos mais as piadas dos alunos e dos professores, com a ministra e com os secretários de estado e mais a chefe regional…

Santa Maria… tanta coisa para me dar cabo da cabeça!!!

Como é que querem que eu e comigo milhares e milhares de portugueses tenhamos paciência para prestar qualquer tipo de atenção a toda esta cambada de inteligentes a falarem permanentemente do novo Aeroporto Internacional de Lisboa?!!!

Volto a dizer que estou disponível para oferecer o terreno lá na minha aldeia para a construção do Aeroporto de Portugal…

4.6.07

Prazo de validade

Nos últimos tempos tenho andado ligeiramente ocupado em ver e ouvir com um pouco mais de atenção os programas de comentário e análise dos seis canais de televisão "supostamente" generalistas.

Não pensem que começo e acabo no princípio e no fim dos programas, porque isso seria impossível e independente da minha vontade e não sei se alguém aguenta estar na frente da tv a ver e ouvir toda aquela gente altamente inteligente a falar das receitas para o futuro de todos nós…

Apesar de tudo e em primeiro lugar, devo reconhecer que os programas têm nomes sugestivos, suficientemente capazes de prender a atenção do mais incauto: quem não fica entusiasmado com "quadratura do círculo", "eixo do mal", "palavras soltas", "vozes a bailar", "vento a uivar", "trio de ataque", "par de defesa", etc, etc, etc.

Certamente que a nossa atenção fica logo predisposta para não desligar os sentidos e mantê-los bem fixados na tv, esperando com relativa impaciência que venham os anúncios da publicidade em alternativa ao nervoso miudinho do dedo indicador posicionado há muito tempo no telecomando.

Mas não. Aguenta-se mais um pouco e somos levados a pensar que toda esta gente está a perder o prazo de validade.

Mesmo que se goste, já se vai achando que o tom é mesmo desde sempre, o ritmo é igual todas as semanas, os temas pouco mudam, as opiniões são meras suposições e não comentários, que deveriam fazer isto, que deveriam fazer aquilo, que melhor seria estarem calados, que estão fritos, que estão assados, que estão feitos, que estão esturricados, que isto, que aquilo, um rosário infindável de situações iguais a tantas outras que ali já aconteceram, e sempre com os mesmos comentaristas, com os mesmo gestos, com os mesmos ares de pessoas superiores a esta cambada que continua a ver televisão.

Mas há umas quantas e nobres excepções, pelo menos uma em cada um dos canais: os programas sobre o futebol.

Tenham lá paciência, mas uma pessoa que esteja suficientemente predisposta a aprender alguma coisa de útil a ver e ouvir televisão não pode nem deve perder estes programas.

Eu, por mim, fico completamente abismado com o alto nível científico destes programas, lamentado apenas que a sua duração não se estenda pela noite dentro e não termine apenas na hora do banho para o pessoal ir para o trabalho ou para o emprego…

E digam-me que o quatro três três não é um sistema infalível para ganhar jogos de futebol!!!