19.5.25

A rosa murchou

 A rosa murchou e não resistiu às últimas intempéries. 
Apenas restou um olhinho ali bem no centro alentejano. 
Para que não se esqueçam que ainda não desapareceu: apenas vai a germinar durante uns quantos anos.
Entretanto a coisa não vai ser fácil para a laranja: apesar da boa regadela recebida através das benevolências das circunstâncias detetam-se algumas dificuldades no caminho para que toda a gente tenha à sua disposição uma mesa farta de fruta apetecida e desejada.
No fim de contas a maioria maior não foi suficiente para garantir a tranquilidade esperada mesmo com a ajuda dos liberais que já se viam detentores de um ou dois ministérios e umas quantas secretarias de estado tendo em conta o peso dos centristas que é um pouco mais que nulo e serão obrigados a continuarem a apregoar por menos estado e mais....
Não vão ser tempos fáceis e todas as benesses distribuídas no ano anterior não terão muitas garantias de continuarem a ser servidas a contento de todos os que as esperam.
Agora tudo pode mudar pois a decisão já não está na esquerda moderada, mas instalou-se claramente na direita ou extrema direita radical, se o nome der mais jeito.
Ainda não há governo e já começaram os apelos para que as oposições assumam a sua responsabilidade de deixar governar quem ganhou as eleições pelo voto popular, como se o voto popular anulasse simplesmente os programas e os projetos políticos das várias oposições independentemente das suas ideologias.
Como é evidente isto não vai acontecer porque não houve força política que ficasse satisfeita com os resultados eleitorais, uma vez que todos queriam mais e a coisa não pode ser dividida a contento de todos.
Por isso avizinham-se tempos difíceis para todos os que ainda esperam alguma coisa de toda esta gente que se mostra nos ecrans das televisões afirmando alto a a bom som que vão trabalhar para servir o povo que neles votou e elegeu. 
Entretanto até eu estou em condições de mandar um recado: a todo o pessoal que tem possibilidades de opinar independentemente da sua qualidade é justo e desejável que tenham um pouco mais de dignidade e profissionalismo no exercício do seu trabalho e que se abstenham na manipulação das mentes de todos aqueles que ainda pensam que toda a gente trabalha de boa fé...
 

16.5.25

O penso

 Durante as próximas quarenta e oito horas vou estar protegido contra os bombardeamentos eleitorais, ficando livre de todas aquelas ladaínhas dos políticos e de todos os comentadores incluindo todos os jornalistas que estiveram estes últimos quinze dias assoberbados com o serviço público de informar os eleitores para estarem preparados para o exercício do direito de voto no dia dezoito.
Apesar de a guerra ainda estar no início até à formação de um novo governo e depois com o programa e depois com o orçamento e depois... já estou em condições de manifestar o que mais me chamou a atenção em toda a campanha eleitoral.
SE estão a pensar que me vou referir ao que disseram os candidatos partidários a primeiro, se estão a imaginar que me vou referir à plêiade de comentadores, analistas, jornalistas e a todos os cientistas sociais e de mais intervenientes no processo estão redondamente enganados.
É que o acontecimento que encheu todos os meus depósitos e me levou e arrebatou até ao sétimo céu foi um fato bem mais comezinho: foi nada mais ou nada menos que o penso no braço esquerdo do campeão da defesa da pátria portuguesa contra a invasão de estrangeiros que querem conquistar portugal sem disparar uma bala.
Aquele penso é um hino aos profissionais de saúde que prestam serviço público no sns.
Eu disse "profissionais"?
Será que é admissível que aquele penso tenha sido colocado por um profissional a prestar serviço num qualquer centro de saúde, hospital, clínica ou em qualquer estabelecimento que presta serviços de saúde a pessoas com uma determinada necessidade?
Quero acreditar que até eu que só trabalho com pensos rápidos com apenas uma pinta de sangue estaria em condições de colocar no braço do referido campeão um penso em muito melhores condições do que aquele que vi a entrar-me pelos adentro quando o tal campeão ia a sair do hospital com a manga do arregaçada para que o tal penso se visse à distância...
Aquele tal penso não terá sido colocado quando descia pelo elevador...  

14.5.25

Agora...

 Bem vistas as coisas, não posso afirmar ou mesmo queixar-me de ter perdido muito tempo a ver e ouvir as campanhas eleitorais dos diversos partidos concorrentes.
Na verdade já vou perdendo a paciência para continuar a ouvir as mesmas cassetes de todos os partidos, de tal modo que vou acertando no que os candidatos vão dizendo a qualquer hora do dia e em qualquer lugar por onde passam.
Se pretender ser justo com o pessoal devo ter presente que a coisa não tem muito por onde se lhe pegar dado que os temas de que são feitas as campanhas e com elas todas as intervenções e todos os discursos não diferem significativamente de um dia para outro ou até de um lugar para outro, muito embora às vezes se dê uma variante. 
Se estivermos atentos ao que vai passando nas televisões e principalmente nas chamadas "arruadas" sou levado a constatar que aparecem sistematicamente as mesmas caras em todos os partidos dando a impressão que tudo gira à volta de uma só personalidade, aquela que se diz candidata a primeiro ministro.
De vez em quando lá aparece uma cara diferente, embora conhecida, para tentar vender o seu latim e com ele solicitar o seu voto no dia dezoito de maio para que possa enriquecer os portugueses e mudar portugal.
Mas outra realidade tenho observado no tempo dedicado a ver e ouvir as campanhas eleitorais e as suas circunstâncias.
Com estas circunstâncias quero referir-me ao comentário e à análise de um sem número de intervenientes que estão presentes a qualquer hora do dia, em qualquer dia e em todos os canais generalistas e alguns do cabo de todas as televisões.
Trata-se de um mundo de personalidades das mais variadas origens havendo denominações assaz castiças, uma das quais me chamou a atenção: cientista social, seja lá o que isso for. 
É um ver se te avias de nomes e denominações, tais como comentadores, analistas, politólogos, jornalistas, sociólogos, psicólogos, militares, civis e até políticos no ativo e na reserva, cada um e cada qual a debitar a sua ciência com a convicção devida ao momento que se atravessa.
E não faltam os especialistas em sondagens para nos informarem dos seus números e do que eles querem dizer com a resposta à pergunta sobre o sentido do voto do eleitor.
Tenho-me perguntado sobre o que irão fazer estas boas dezenas de especialistas em análise política após o ato eleitoral do dia dezoito e depois de terminada esta guerra, mas a resposta não tem qualquer ciência nem qualquer dificuldade: vão continuar a mesma coisa mudando o objeto do comentário e da análise: vai aparecer uma longa lista de ministeriáveis e depois vai ser o programa do governo, quando houver governo, o setor público, o setor privado, os aumentos, os investimentos, eu que sou bom, tu não prestas, aquele não serve, este está a mais, etc., etc.,.
Um nunca mais acabar de temas para que esta gente continue a ganhar a sua vidinha mandando umas bocas para quem esteja disposta a ouvir...
 
 
 
 

9.5.25

A Lição

 Afinal o mentor supremo trocou as vontades ao emperador: nada contra ser americano, mas o menos desejado de todos os possíveis.
Não será muito acertado dizer, mas saiu-lhe o tiro pela culatra, uma vez que o emperador estava convencido que podia determinar ou fixar tarifas a propósito de uma eleição.
Estava enganado, pois nem sempre se consegue o que se quer e muito menos quando se trata de coisas que não são deste mundo e que não se sustentam de aldrabices, de mentiras, de falsidades, de interesses mesquinhos e de tudo o que cheira a porcaria e a podridão.
A lição está dada, mas duvido que tenha sido aceite, pelo que suspeito que alguma coisa má venha a acontecer nos próximos tempos sendo quase certo que as vítimas serão sempre os mesmos: os pobres e os desamparados, isto é, os escravos do emperador... 

 

8.5.25

HABEMUS...

 Umas horas antes do fumo branco a sair daquela castiça chaminé não queria acreditar que o espírito divino se deixava enganar e influenciar pelas casas de apostas, pelas redes sociais e por alguns comentadores portugueses deslocados em roma: havia favoritos alguns dos quais até já levavam para o conclave uma boa quantidade de votos garantidos para a respetiva eleição.
Contudo, esta ideia estava a ser contestada por aquela máxima algumas vezes repetida: quem entra papa no conclave sai de lá cardeal...
Entretanto tive conhecimento de que lá para o lado do mar atlântico o emperador estava atento ao acontecimento e vai daí ligou para o máximo mentor dos eleitores e disse-lhe que estava atento aos cozinhados das casas das apostas, das redes sociais e de alguns comentadores portugueses e  que não podia ficar calado pelo que o avisava que a coisa esperada pendia para o lado das américas...
Tratava-se de um aviso muito sério uma vez que já estava preparada uma ordem executiva que ia fazer muita moça no universo e arredores...
Passadas que foram uma horas, durante as quais o mundo tremeu, foi anunciado a eleito e todos os presentes e ausentes e todos os restantes ficaram contentes e satisfeitos, porque a paz imediata foi garantida... e a ordem executiva atirada para o caixote do lixo...
As expetativas são muitas... que todas sejam satisfeitas!!!

1.5.25

A voz

 Por mais anos que viva nesta terra e neste universo e depois em todos os universos paralelos jamais me perdoarei a minha ausência no espetáculo espetacular do concerto que era ser do vinte e cinco de abril e foi do dia um de maio ocorrido nos jardins da residência oficial do primeiro.
Na realidade todas as minhas lamentações e todas as minhas desgraças por me ter esquecido de pelo menos ter a televisão ligada para ver e ouvir o dito concerto não são por ter desperdiçado o concerto do toni.
Bem vistas as coisas a minha desgraça jamais será compensada por semelhante ocorrência ao não acreditar que será possível apresentar-se a Portugal, ao Mundo e ao Universo e a todas as estrelas e galáxias e ainda a todos os seus arredores a nova e novíssima voz de Portugal: A VOZ DO PRIMEIRO!!!!!!!!!!! 
Dizem-me que nunca se viu e ouviu tal o deslumbramento do evento, pois nem um sequer dos presentes ficou sem uma lágrima ao canto do olho e um rosto do tamanho e com o encanto do firmamento...
Foi um momento como nunca se viu ao cimo da terra tal a potência daquele vozeirão que se ouviu muito para além da outra banda de tal modo que muitos passeantes sem nada para fazer a não ser passear se perguntaram o que raio estará a acontecer lá para os lados da capital!!!! 
Ninguém se atreveu a acreditar no que se ouvia dizer ser o  possuidor daquela bela voz que embalava o céu e terra e deixava o exército celestial um tanto ou quanto zangado porque nem o pedro, o paulo e todos os apóstolos e santas e santos e de mais corte do outro mundo mostravam esta maravilha...
Era a voz da nação que se atreveu a destronar a voz da terra...
Só me resta fazer penitência para o resto da minha vida tendo presente que os eventos desta natureza não duram mais que uma fração de segundo pelo que não se pode perder a oportunidade de estar presente num acontecimento que não se vai repetir nos tempos mais próximos...
E dizem que as piadas são apanágio só dos cómicos...
 

29.4.25

A luz

 Sou tentado a admitir, dado o período político que se vive quando tudo é aproveitado para um tempinho de propaganda eleitoral, que estou totalmente contra a vã glória de um qualquer ministro em fazer comparações entre a espanha, o chile e a itália na solução dos respetivos acontecimentos que puseram às escuras aqueles países.
Comparar a dimensão dos problemas causados pelos apagões verificados ontem em portugal e espanha com os apagões pretéritos no chile e  na itália é um exercício que a ética e a pouca vergonha deveriam proibir...
Parece que se pretende ignorar a dimensão territorial do chile, a dimensão populacional e territorial da itália e da espanha com o território e a população de portugal, como que acusando e denegrindo países  por terem demorado mais tempo que portugal para solucionar o problema.
Até a espanha que teve a ajuda da frança e de marrocos demorou mais tempo que portugal a dar luz ao território nacional continental atuando sem ajudas do exterior, mas com o apoio, a intervenção, o denodo, o interesse e fundamental e principalmente o envolvimento do conselho de ministros sempre reunido enquanto os portugueses aguardavam pela eletricidade esperada durante mais de dez horas.
Não restam dúvidas que não fora a boa vontade dos nossos governantes talvez a esta hora ainda estivéssemos esperando pela boa chegada da energia aos sítios e locais mais recônditos desta terra sagrada, que tão dignos representantes alberga.
Já começo a duvidar de virmos a ter conhecimento das causas do apagão ibérico, mas já temos a certeza de sozinhos sermos capazes de enfrentar qualquer problema do género sem ajudas e somente com as nossas capacidades bem mais depressa  do que os nossos vizinhos...
Começo a ouvir por aí umas vozes críticas sobre o tempo, a demora e o processo envolvido no trabalho a dar luz aos portugueses em tempo razoável.
Segundo dizem a existência de mais centrais de produção de eletricidade com capacidade de proceder ao arranque do sistema poderia  diminuir em grande parte o tempo de capacitar a rede para um abastecimento normal dos consumidores.
Dizem que mais duas centrais já era muito bom e até foram apontadas as barragens do baixo sabor e do alqueva a que se poderia juntar uma terceira para que o sistema respondesse com eficácia e rapidez por todos desejada.
Só que isto custa guita...
Coisa que não há que chegue para as encomendas...
Em vez do auto elogio e do palavreado inócuo...