Ainda Não Jantei
9.5.25
A Lição
8.5.25
HABEMUS...
1.5.25
A voz
29.4.25
A luz
25.4.25
A tese
13.3.25
Dos fundos
O presidente falou e disse/decretou que as eleições legislativas antecipadas seriam realizadas no dia dezoito de maio de dois e vinte e cinco.
Mas antes deste anúncio perdeu uns bons minutos a calendarizar todos os acontecimentos até ao final do dia de ontem, como se todos nós não soubéssemos o que tinha acontecido.
Bem vistas as coisas o presidente demonstrou que passou ao lado da crise instalada unicamente e exclusivamente por sua responsabilidade ao não ser capaz de fazer qualquer intervenção no sentido de não permitir o desenvolvimento da crise e assim evitar as suas graves consequências.
Ao fim e ao cabo o que se pode entender é que o poresidente não teve qualquer poder para meter-se à conversa com o primeiro e tentar o que ninguém podia tentar: influenciar o primeiro no sentido da estabilidade governativa em detrimento da posição pessoal e teimosa sobre o seu comportamento.
Se o presidente não podia ter qualquer papel de intervenção a bem da solução final fica claro que o primeiro nunca ligou, não liga e não ligará absolutamente nada ao presidente como se este não passasse de um verbo de encher chouriços, o que já tinha ficado demonstrada por uma variedades de atitudes ocorridas nos parcos meses do reinado do primeiro.
No meu modesto entendimento e sem pretender justificar a ausência do presidente e a sua incapacidade de suster a crise e dar um outro caminho à política nacional o facto é que o presidente começou a ser colocado de lado e à margem dos problemas e das soluções quando se viu envolvido na política caseira por obra e graça de um seu familiar.
A partir daí as selfies, os beijos e os abraços e as faladuras a propósito e a despropósito perderam fôlego que culminou na total inoperância e incapacidade de desempenhar o papel que lhe competia na solução desta tragédia política, que não vai dar qualquer solução de estabilidade governativa após as eleições legislativas antecipadas...
Eu sempre desejei que o presidente saísse pela porta grande quando terminasse o seu segundo mandato, mas a realidade vai ser outra e a porta será, certamente, a dos fundos...
12.3.25
O descanso
Está feito: vamos ter novas eleições legislativas antecipadas.
Assim o quiseram os intervenientes mui dignos representantes do povo com assento na assembleia da república, a contragosto de alguns pois não sabem ainda se vão lá voltar ou se vão ficar de fora, o que não deixa de ser uma valente chatice.
Mas a vida é assim e não vale a pena carpir as respetivas mágoas, pois de nada serve atirar as culpas para o tipo do lado, esquecendo que quem podia ter evitado a tragédia ficou calado todo este tempo, quando bem podia ter feito alguma coisa para servir dignamente o pessoal.
Dá a impressão que se esgotaram as selfies, os beijos, os abraços, as declarações a propósito de tudo e de alguma coisa como se fosse sua obrigação pronunciar-se a toda a hora sobre tudo e sobre nada, nada dizendo que fosse de interesse geral.
Podia ter guardado nem que fosse uma pequena reserva para aplicar num momento de crise séria como a que aconteceu ontem, da qual ninguém sabe as consequências sociais, económicas e políticas para o povo em geral e para os próximos eleitos em particular.
O homem bem podia ter agarrado no telefone, armar-se em valente na sua qualidade de presidente e de tudo o resto que tem sobre os seus ombros e que vem arrastando desde há uns anos e atirar uns quantos berros clamando por um simples bom senso aos que tinham na mão a eliminação da tragédia.
Mas preferiu ficar calado quando milhões de portugueses teriam agradecido a sua intervenção de varapau nas mãos e lavar as mãos de toda a porcaria que se acumulava como se nada fosse com ele.
Está-se mesmo a ver que seguiu aquele adágio popular que às vezes se usa como motivo para a não intervenção: eles que são brancos que se entendam.
Estou cansado, dói-me a cabeça, ando a dormir mal pelo que... ainda tenho que ouvir os partidos, ouvir o conselho de estado, marcar eleições e descansar finalmente o bom e merecido descanso do bom guerreiro.