25.4.25

A tese

 Se a memória me não falha, o que vai sendo habitual, foi a primeira sessão das comemorações do vinte e cinco de abril de mil novecentos e setenta e quatro a que assisti na totalidade, ouvindo e vendo todos os discursos mais as espetaculares intervenções dos jornalistas comentadores.
Não fora o extraordinário e brutal discurso do presidente, diria que a coisa decorreu mais ou menos como\ esperava, pensando, contudo, que valeu a pena ouvir e ver o circo do deputado centrista, do deputado liberal e claro está da sempre espetacular intervenção do chegado com as suas verdades verdadeiras salvo as mentiras, aldrabices e tudo o mais que se queira dele dizer.  
Mas o grande momento da sessão foi, sem dúvida alguma e com a certeza absoluta de acertar e de não me enganar, o discurso do presidente. 
Quem se atreveu a pensar que esperava uma intervenção centrada na política nacional com algumas abordagens à internacional ficou totalmente dececionado, pois acertou muito longe da mouche de um alvo a muitos quilómetros ao lado e à distância.
Estou mesmo a ver que haverá uma boa maioria de estudantes de filosofia e de sociologia que ficaram deliciados com o discurso do presidente porque tiveram a oportunidade de absorver umas quantas ideias para as suas teses de doutoramento: O PAPA FRANCISCO E O 25 DE ABRIL.
E digam-me lá se o tema não é altamente sugestivo e altamente dignificante para todos aqueles que não se importam de abordar temas e assuntos difíceis mas muito compensadores pelos esforços que são necessários envolver para que a tese seja merecedora de um "Suma cum laude".
Nem todos concordam com o tema do discurso do presidente mas devemos ter em conta que se trata de um momento político altamente sensível para todos os que acreditam que a democracia por mais vigorosa que seja pode correr os seus riscos, que o presidente quer evitar a todo o custo. 
Entre ser acusado de pretender favorecer alguma tendência política com a qual está comprometido falando dos problemas ligeiros, graves e gravíssimos com os quais o povo se enfrenta por exclusiva responsabilidade de governos anteriores ou até pronunciar-se antecipadamente sobre o que pensa fazer logo após o ato eleitoral no que concerne à formação do governo ou optar por causar a mais profunda estranheza sobre o tema escolhido, ninguém tem dúvidas que acertou totalmente no alvo quando trouxe o Papa Francisco para o 25 de Abril.
Uma jogada de mestre que vai ser lembrada e comentada durante algum tempo por jornalistas, comentadores, analistas, politólogos, especialistas de tudo de mais alguma coisa  tão só porque o tema não tem fim e é atual e sugestivo para muito boa gente e tanto mais valioso por inesperado que foi
Nem o diabo se lembrava...
 
 

 

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