21.7.22

A "Femicídio"

 Até já poderia ter acontecido há algum tempo, mas foi hoje a primeira vez que ouvi e vi num canal de televisão a palavra "femicídio" para designar o assassinato de uma mulher.
Assim, para haver total coerência na linguagem mais adequada para designar o assassinato de um homem deveria utilizar-se a expressão "machicídio". Assim estaríamos em conformidade com a coisa.
Não sei a origem da expressão nem sequer me interessa saber, pois exemplos semelhantes já temos em abundância na linguagem de todos os dias.
Toda a gente se recorda do Presidente e da "Presidenta", do piloto e da "pilota", do estudante e da "estudanta", do pedinte e da "pedinta", do touro e da "toura", do esperto e da "esperta", etc, etc, etc,...
Já nem me espanta que agora se vá aos extremo de se trocar "sexo" por "género", e mais longe ainda dizer-se  que "masculino" é o sexo de um menino indicado à nascença e "feminino" é o sexo de uma menina indicado à nascença.
Não sei lá muito bem o que isto tem a ver com as alterações climáticas, mas deve haver alguma relação
que os humanos ainda não descobriram, esperando eu que os investigadores e as investigadores se debrucem muito rapidamente sobre este magno problema que começa a preocupar o pessoal sempre sedento de novidades...
 
 

2.7.22

O chibo ajudante

 Ali para os lados da serra de são mamede havia um rebanho de cabras com  quatro ou cinco chibos, um dos quais era o manda chuva de todo o rebanho.
Um dia o chibo manda chuva teve que ausentar-se para tratar de uns negócios com um rebanho vizinho, negócios relacionados com a gestão de uns terrenos pousios que não estavam a ser aproveitados devidamente.
Vai daí e aproveitando-se da ausência do manda chuva um dos chibos ajudante resolveu tomar uma posição e lembrou-se de convocar o rebanho para anunciar umas medidas que lhe andavam a moer a cabeça e atravessadas na garganta.
Meus queridos companheiros ajudantes e demais rebanho tenho a anunciar-vos que vou arranjar uns novos caminhos para que todos e todas tenhamos mais liberdade e mais possibilidades de consolar os nossos bandulhos. Fica assim determinado e não há mais discussões sobe a matéria.
Não tardou que, por um telefonema de um dos chibos ajudante que não ainda não contava para as decisões dado ser muito novo, o chibo manda chuva tomasse conhecimento da ousadia, do desplante, da pouca vergonha de um seu ajudante, manda redigir uma ordem a anular pura e simplesmente a decisão do seu ajudante. E assim se fez. Um tomou a liberdade de mandar, o outro exerceu o seu poder inerente à sua qualidade de chibo manda chuva com a anulação de decisão do ajudante. Não é assim que se faz: faz-se como está determinado. Quando acabar os negócios que tenho entre mãos falaremos...
Quando o chibo manda chuva regressou ao rebanho convocou o chibo ajudante e teve uma conversa que se desconhece, mas o resultado e consequência foi a apresentação por parte do chibo ajudante de um pedido de desculpas ao chibo manda chuva, aos outros chibos ajudante, a todo o rebanho e ainda a todos os envolventes interessados direta ou indiretamente na matéria de enorme importância para milhões de caprinos...
O chibo manda chuva ficou satisfeito, o chibo ajudante continuou a fazer parte do rebanho, justificando-se com um erro de comunicação.
O mundo inteiro ficou de boca aberta, com a cabeça feita num oito, com o estômago revoltado perante o resultado final: fica tudo na mesma, mas a responsabilidade não é do chibo ajudante, mas do chibo manda chuva, que permitiu esta grande pouca vergonha por parte de um simples ajudante.
A ética, a moral, a responsabilidade, a dignidade...