10.1.19

A beata

Às vezes acho piada a algumas medidas do poder político, normalmente anunciadas e tomadas para bem do cidadão, mesmo que este delas duvide, ou, pelo menos, ponha em causa a sua eficácia.
Quem levar a sério estas coisas que se dizem para entreter o povo é bem capaz de acreditar que uma multa de algumas dezenas de euros por deitar uma beata de cigarro ou até uma pastilha elástica ao chão vai fazer com que a cidade apareça limpa e a cheirar a alecrim numa bela manhã de qualquer dia do ano...
Eu acredito piamente que não atirarei uma ponta de cigarro acesa ou apagada ao chão nem tampouco uma pastilha elástica e até o maço de tabaco pelo simples facto de não estar disponível para pagar uma multa nem que fosse de um cêntimo... quando...
Faz-me lembrar aquela da multa do isqueiro naqueles tempos de então...
Para além do mais não é justo pretenderem fazer pagar uma multa por conspurcar os passeios, jardins, ruas e parques da cidade quando não são capazes de limpar e retirar toda a porcaria, papeis, latas, garrafas, dejetos e tudo e mais alguma coisa que vemos todos os dias e a todas as horas na nossa cidade.
Como será isso possível quando dedicamos a nossa atenção a não pisar a porcaria dos cães depositada na relva e nos passeios das ruas e dos jardins da cidade e sentimos que os responsáveis dão de barato esta realidade e tendem a preocupar-se com as pontas dos cigarros.
A coisa é assim: quando não querem ou não podem fazer o que de-veriam fazer, inventam uma coisa qualquer para desviar a atenção do cidadão que, às tantas, ainda vai acreditar naquilo que vai ouvindo...
Já agora, incluam lá nas medidas a multa pelo mijadouro público que abunda na nossa cidade...

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