Os órgãos de informação da imprensa escrita e audiovisual desta manhã faziam referência aos salários dos administradores das empresas cotadas na bolsa, com especial realce para as empresas financeiras.
Nestas os salários pagos aos administradores atingiam verbas que nós, os pobres mortais, nem sequer temos a capacidade para imaginar tal a sua dimensão.
Ouvi falar em verbas astronómicas. Mas serão mesmo astronómicas para aquelas pessoas que têm sobre os seus ombros a alta responsabilidade de gerir um banco ou uma empresa parecida com um banco, mesmo que não seja um banco, bastando que seja designada de empresa do sector financeiro?
Cá por mim, que entendo perfeitamente que o que está em causa é o dinheiro de terceiros, nunca me passou pela cabeça que os parcos euros que são devidos aos administradores das empresas do sector financeiro pelo seu trabalho não são merecidos até ao último cêntimo.
Só quem nunca teve a responsabilidade de gerir uma empresa, mesmo que fosse a tasca da esquina em nome individual, é que pode ficar admirado pelos salários pagos aos administradores das empresas financeiras…
Então esta gente que gere o nosso dinheiro, que o multiplica por não sei quantos, não merece o seu peso em ouro e não somente os milhares de euros que lhe pagam mensalmente?
O que se passa é que somos por demais invejosos, porque não somos capazes de assumir a responsabilidade de ser administrador de um banco ou, o que estará mais certo, nunca tivemos vocação para tratar dignamente os bens do próximo, porque do próximo só desejamos o que não deveríamos desejar.
Alguém me diz que não se trata de não ser capaz de ser administrador de um banco mas sim de não ter tido a oportunidade de ser convidado para tal, como outros o foram com as mesmas, admito, qualidades que eu demonstro ter no meu dia-a-dia.
Para além do mais, devemos ter sempre presente que ser administrador de empresas do sector financeiro, apesar dos trocos recebidos ao fim de mês, representa uma carga de trabalhos que só pode dar em doenças bipolares com fortes hipóteses de só poderem vir a serem curadas em instituições especializadas que não são propriamente como as empresas do sector financeiro, tanto mais que os seus administradores desejariam, certamente, ganhar na sua vida contributiva o que os tais administradores ganham em apenas um ano…
No fim, as contas serão outras, pois talvez se torne realidade aquela coisa que alguém (?) terá dito ou terá comentado de ser mais fácil o Sporting ganhar o campeonato de futebol na presente época do que um banqueiro entrar no reino dos céus, mesmo que seja da opus dei ou vá à missa todos os dias…
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