A televisão pública, no seu telejornal de hoje, informava que o "… teve de pagar uma caução de 25 mil euros para não ficar em prisão preventiva.
Estou mesmo a ver a cena:
O juiz manda sentar o acusado na frente dele e dispara-lhe à queima-roupa: dado que é acusado de um crime de … tem duas opções no que se refere a medidas de coação, sendo uma delas a prisão preventiva e a outra o pagamento de uma caução que não pode ser assim muito pequena.
Mas eu estou inocente, atreve-se o acusado a responder ao juiz.
Pois, isso diz o acusado, mas eu é que sei o que devo fazer pelo que a medida de coação será de 25 mil euros e não há discussão. Isto para que não fique preso preventivamente.
Mas as coisas podem ser assim, pergunta o acusado. Pode optar por determinar o pagamento de uma caução para eu não ficar preso preventivamente?
Não é bem assim, mas é o que o José Rodrigues dos Santos vai dizer quando logo, no telejornal, ler a notícia das medidas de coação impostos ao acusado e arguido deste processo.
Mas vou pagar 25 mil euros como medida de coação para não me ser imposta a prisão preventiva?
Já lhe disse que não é bem assim, mas o José Rodrigues dos Santos vai dizer isso mesmo.
E o senhor juiz não se importa que esse jornalista diga isso mesmo e logo na televisão pública?
Estou-me verdadeiramente nas tintas para o que o José Rodrigues dos Santos diga na televisão pública ao ler as notícias do telejornal, já que também me estou verdadeiramente nas tintas para que esse mesmo jornalista continue a ler as notícias com a sua famosa esferográfica na mão, como se se tratasse de um garfo com um bocado de queijo na ponta e o atirasse ao rato que vai a passar no estúdio…
Enquanto o homem não me explicar qual a necessidade de estar sempre a apontar ao pessoal com aquela esferográfica enquanto lê as notícias, nada posso fazer. E quando me explicar os motivos para tal comportamento logo vejo se o posso acusar de alguma coisa e qual a medida de coação a aplicar…
Amanhã vou ler alguns jornais com alguma atenção para ver se descubro os factos que levaram o José Rodrigues dos Santos a afirmar que…" …vai pagar 25 mil euros de caução para não ser preso preventivamente".
A esta hora o distinto jornalista pensou que o arguido e acusado de um crime no processo causaria menor prejuízo ao Estado se pagasse uma caução e ficar em liberdade do que ir para a cadeia à custa do Estado; assim como assim, o Estado economiza algumas guitas, que podem ser contabilizadas como contributo do acusado e arguido para acabar com o défice público, embora o homem continue a ganhar uma pipa de massa sem trabalhar, o que não aconteceria se estive em prisão preventiva.
E são as nossas notícias…e os nossos jornalistas…