29.7.09

Os cartazes

Começam a aparecer por aí os primeiros cartazes referentes às próximas campanhas eleitorais, quer legislativas quer autárquicas.

Uns grandes outros grandes; uns com caras outros sem caras; uns graficamente mais atraentes outros menos atraentes; uns com mensagens explícitas outros nem tanto; mas todos a manifestarem-se os salvadores da democracia, dos pobres, dos ricos, das pequenas, das grandes de tal modo que estamos muito próximos de estas eleições, qualquer uma delas, contribuir decisivamente para o total bem-estar do pessoal independentemente do seu sentido de voto.

Pois que vamos tendo para todos os gostos, mesmo para aqueles mais esquisitos.

Quem não for capaz de identificar o partido, os partidos, os movimentos, as co-legações etcetera de determinada mensagem não se preocupe muito, porque a salvação está em todos elas, mesmo que se trate da salvação deles e não da nossa.

Por isso vai tornar-se interessante "descobrir" a propriedade do cartaz e, por consequência, identificar a "ideologia" subjacente à mensagem do tal cartaz ou "outdoor" conforme a intelectualidade costuma dizer…

Vejam se conseguem saber ou encontrar ou identificar ou reconhecer a propriedade dos cartazes que já estão na rua a divulgar a mensagem eleitoral do Bloco de Esquerda e do CDS?

Vejam lá se conseguem dizer com clareza quem mais defende as pequenas e médias empresas: se o BE se o CDS?

Vejam lá se conseguem saber quem melhor defende os trabalhadores e os desempregados, ou os reformados e os pensionistas e os lavradores e os pobres e os ricos e os remediados?

Já agora o que será melhor para que Portugal supere a crise e rapidamente: se aumentar os impostos a quem ganhe mais de cinco mil euros por mês (ricos ?) se taxar muito fortemente os iates que esses ricos vão comprar?

Qual das alternativas serve melhor o pessoal que ganha menos de cinco mil euros por mês?

E já que estamos na maré de fazer perguntas, aqui vai a última: que iate se pode comprar com um ordenado mensal de cinco mil euros?

23.7.09

O Programa

Como quem não quer a coisa, tive acesso ao programa eleitoral do PSD, que é como quem diz, programa do próximo governo cá do burgo.

Um mimo, diriam muitos; um grande furo, se fosse jornalista; mas o que é isto, pois não deixa de cheirar a programa de governo do e para o nosso povo…

Pois cá vai, porque não quero deixar de compartilhar esta pérola política com todo o pessoal, para calar, de vez, como as bocas da reação, que gritavam bem alto que o tal partido não tem qualquer programa eleitoral e muito menos qualquer programa de governo para a próxima legislatura…

  • Abandonar, de vez, essa história do tgv, enquanto o Alentejo não for independente;
  • Abandonar, de vez, a construção de qualquer autoestrada que não tenha portagens livres;
  • Abandonar, de vez, a construção do novo aeroporto de Lisboa, a não ser que os aviões comecem a levantar na vertical como os helicópteros e alguns aviões de combate dos beefs;
  • Deixar de lado a construção de uma nova ponte sobre o Tejo, enquanto não forem construídas mais três pontes sobre o Douro no concelho do Porto ou de Vila Nova de Gaia, conforme queiram;
  • Suspender o sistema de avaliação dos professores, enquanto houver professores colocados abaixo do lugar de topo da respetiva carreira profissional;
  • Entregar a justiça aos juízes, acabando com ministros e secretários de estado a tutelar seja o que for ligado ao exercício da justiça;
  • Atribuir ao AJJ o privilégio de gastar na Madeira o que muito bem entender, enquanto não for feita uma ligação rodoviária ou ferroviária com Porto Santo;
  • Isentar de impostos as pequenas e médias empresas e os lavradores se o CDS fizer parte do governo;
  • Demitir todos os presidentes e demais dirigentes de todas as altas autoridades de fiscalização seja do que for e levantar um processo disciplinar ao Governador do Banco de Portugal por ter permitido que pessoas sérias e honestas fossem objecto de maus pensamentos e péssimas tentações;
  • Obrigar o Pinto da Costa a abandonar a presidência do clube local, de modo a que os seus congéneres de Lisboa tenham uma oportunidade de, durante a legislatura, serem campeões nacionais de futebol;
  • Pugnar com todos os meios ao seu dispor para fazer do Paulo Rangel o Presidente do Parlamento Europeu;
  • Suportar todos os custos que sejam considerados necessários para esclarecer se as minas de Aljustrel estão fechadas ou abertas;
  • Suportar os custos de uma comissão parlamentar independente que tenha como objetivo esclarecer o que é que o ministro queria dizer com o tal gesto que deu origem à sua demissão.

Tentei saber mais ações, mas foi-me dito serem estas manifestamente suficientes para dar cabo da cabeça do secretário-geral do ps, que é o mais importante a que qualquer partido político pode aspirar para além de ter do seu lado todos aqueles inteligentes do compromisso Portugal…

19.7.09

A gripe A

A gripe A está dar cabo da cabeça do pessoal, principalmente dos jornalistas e dos empresários.

Fiquei extremamente impressionado com as declarações de não sei quem a propósito das possíveis mortes por causa da gripe, adiantando-se um número entre duas mil e quinhentas e as oito mil e não sei quantas…não se dizendo nada sobre o período de tempo em que isto poderia ocorrer…

Mas logo disseram que isto não era nada de especial porque houve mais mortes por causa da gripe normal… não se dizendo também nem quando nem em que período de tempo estas mortes se deram…

De modo que a gripe A continuará a estar nas preocupações de todos os portugueses independentemente de haver muitas ou poucas mortes da sua (dela, gripe) exclusiva responsabilidade, bastando para tal que vão aparecendo mais uns quantos casos para que o pessoal esteja atento e tenha um bocado mais de cuidado e utilize com seriedade todas as medidas de prevenção que vão sendo anunciadas e não continue a brincar com coisas sérias e se quiser gozar as suas merecidas férias, então que o faça cá dentro e esqueça por uns tempinhos do calor mexicano e outras paragens mais perigosas para os tempos que correm.

De crise já basta a que vamos tendo, principalmente a motivada pela actividade política das figuras da ribalta e de seus acompanhantes mais próximos, apesar das promessas e das críticas às promessas que uns e outros nos vão presenteando, mesmo que não se peça nada a não ser que nos deixem em paz e nos poupem o palavreado oco e inútil porque não nos ensinam nada de novo.

Mas de vez em quando a televisão lá nos dá alguma coisa de interessante sem necessidade de andar permanentemente a fazer o "zaping": hoje tive a oportunidade de ver e ouvir um entrevistado que já este contaminado pelo vírus da gripe A e foi altamente esclarecedor o que este rapaz (senhor) nos disse sobre o verdadeiro problema de uma contaminação.

Espero bem que esta entrevista seja repetida por diversas vezes para que toda a gente tenha a mesma possibilidade que eu tive: ao fim e ao cabo é mais uma gripe com todos os sintomas quase iguais ou mesmo iguais às gripes do costume; eventualmente haverá muitas mais pessoas a serem contaminadas, o que implicará muitos mais cuidados por parte de toda a gente e não apenas dos grupos de risco mais acentuado.

Haja bom senso e tenha-se confiança no papel das instituições e das pessoas responsáveis que, certamente farão seu melhor.

16.7.09

A Secessão

É fatal como o destino: quando os jornais, os rádios e as televisões começam a esquecer-se do AJJ e nada há a dizer da Madeira, o homem lá manda uma bomba e quem quiser que se aguente com a saraivada adveniente.

Agora é a proposta de revisão constitucional. Já não nos bastava a crise, a actuação do diácono Remédios, a fúria contra o governador do Banco de Portugal por parte do sacristão do cds e mais umas quantas coisitas do nosso povo para vir agora o AJJ a propor que na próxima revisão constitucional a Constituição venha a proibir não só as ideologias de direita como o fascismo como as de esquerda como o comunismo, a par de umas tantas coisitas relacionadas com as regiões autónomas e com os poderes do seu presidente, pensando ele que vai durar mais uns cinquenta anos de governação, pelo menos e na pior das hipóteses, do seu ponto de vista, claro está.

Por mim, tenho a impressão que já o disse, o homem bem pode continuar a governar a Madeira por mais cem anos que pouco ou mesmo nada me importo com isso, desde que de tempos a tempos se lembre de nos brindar com qualquer coisa de interessante.

Com qualquer coisa de interessante desde que não seja a anexação à Madeira do Alentejo, principalmente do Alto e muito menos do concelho de Avis, porque aí tinha que se haver comigo e com mais uns quantos tipos que não o deixavam descansar a não ser num iceberg do Árctico…

Não deixa de ser curioso o AJJ vir com as bocas, a maior parte delas foleiras, mesmo para os não comunistas, parecendo que o homem não entende que quanto mais se falar dos comunistas mais importância dá aos comunistas, independentemente de eles merecerem ou não as suas, dele, observações.

Mas para que a gente dê algum crédito aos dichotes do homem, seria interessante que ele começasse lá na sua terra a por em prática o que quer ver consagrado na Constituição: proceda à secessão da Madeira e proíba depois o que muito bem lhe apetecer. Entretanto não seria mau que tivesse um pouco de tino na serradura molhada que tem na cabeça e deixe de chatear o pessoal que nunca lhe fez mal nem mal lhe deseja na sua vida.

Mas estes tipos que se crêem com o Sol no olho do c… nunca aprendem o que de mais elementar há vida de cada um: o direito a uma ideia por mais estapafúrdia que ela seja ou mais anacrónica e antiquada que se nos apresente, desde que não incomode o parceiro do lado a construir uma outra também em desuso ou fora de uso, se assim o entenderem.

O que importa no meio disto tudo é que o homem continue a lançar as suas bombas lá na Madeira mesmo que orientadas para o Continente, pois todos teremos a certeza que pouca ou nenhuma moça fazem a não ser ruído sem qualquer significado, pois trata-se de pólvora seca e palavras leva-as o vento e vergonha o burro já a comeu há muito tempo.

Se o homem fica feliz com estas coisas nós devemos ter em conta que português feliz, mesmo da Madeira, é uma dádiva dos céus ao planeta Terra e deveríamos agradecer…

Antigamente havia os bobos da corte; agora porquê é que não pode haver o AJJ?

6.7.09

O Momento

Estive no Algarve uns dias curtindo o sol e o vento, porque a água estava um tanto ou quanto fria para o meu gosto. Apesar de tudo valeu o azul do mar e o peixe fresco no churrasco para dizer que se pode ir àquelas terras à procura do descanso do dia e não apenas da diversão da noite, como dizia um famoso cozinheiro num programa de tv que o Algarve é bom para gozar a noite e ver nascer o Sol quando se vai para o hotel…

Os milhares de estrangeiros e outros tantos de naturais que se deslocam ao Algarve para apanhar sol, espojar-se na areia, tomar um banho ou outro, deitar cedo e cedo erguer não passam de uns "merdas" que não merecem o que têm…

Que assim seja, uma vez que e apesar de ter visto nascer o sol muitas e muitas vezes nunca foi por andar noites inteiras na coboiada, a fumar cigarros e tragar pastilhas de tudo e de mais alguma coisa… cada um terá o que pensar merecer… desde que o mereça por sua conta e risco.

Mas voltei com a necessidade de continuar a utilizar o creme e a tentar encontrar nos jornais e nos outros meios de comunicação os ditos que terá ouvido o Manuel Pinho e que fossem considerados motivos suficientes para o tal gesto que eu nunca tinha visto em televisão: foi de antologia e o operador de imagem bem merecia um louvor ou uma promoção por aquele momento monumental que deliciou gregos e troianos uns por contentamento e outros por puro gozo e ninguém por tristeza. O Homem foi-se embora, mas será recordado durante muito tempo pelo seu gesto dirigido a uma bancada específica e não ao Parlamento inteiro, muito embora se possa pensar que não seria de todo imerecido.

Mas não vi nada escrito, mas tomei nota da oferta do Joe Berardo, que não é tonto…

Nestes afazeres de actualização passei os olhos por todas as páginas do "Diário Económico" e apeteceu-me fazer duas considerações: o Portugal dos comentadores convidados do jornal com artigos assinados evidenciando-se que o importante é continuar a saga da guerra contra o Governo e a economia das grandes negócios e das grandes empresas, com grandes gestores e muitos milhões e centenas de projectos de luxo dirigidos ÁQUELE outro Portugal que poucos de nós conhecemos. Até vim a saber que o imperial alentejano imperador do Café tem uns projectos imobiliários só acessíveis a quem não tem paciência para colocar nos seus lábios uma chávena de café mesmo italiano que seja, quanto mais do alentejano…

A isto chama-se diversificar o negócio, mas para mim esta diversificação nada conta porque tanto se me dá que o imperial imperador invista em apartamentos para ricaços ou em cavalos para que netos se dediquem a divertir o "Zé Pagode" naqueles espectáculos de demonstração da mais pura valentia, própria dos humanos superiores…

No fim da leitura dei comigo a perguntar-me: que raio de País é este retratado neste jornal? Quem são e onde estão estes portugueses que poupam tanto dinheiro se temos tantos milhões de pobres e outros tantos de remediados a viverem com reformas de miséria e ainda têm capacidade para tantos milhões de poupanças?

Decisão: oferecer o Diário Económico ao PCP e ao BE para que tenhamos informação sobre estes mistérios…