Tenho pena dos jornalistas!
Coitados dos jornalistas!
Por umas quantas notícias, por uns quantos almoços, por uns tantos jantares, por uns lugares em gabinetes e departamentos de comunicação social de um qualquer secretário, de um ministro e até de um director geral ou presidente de empresa pública, mesmo que agora já não o sejam, os jornalistas são presa fácil, quais vítimas inocentes, daqueles maquiavélicos e odiosos políticos que militam no Partido Socialista!!!
Uma pena e uma vergonha, que todos devemos lamentar fazendo coro em uníssono com o JPP e com o seu comparsa da quadratura…
Se nós não sabíamos que esta situação era perigosíssima para a Democracia ficámos perfeitamente conscientes que podemos confiar nestes "comentadores", mesmo que comprometidos, pois que terão sempre a sua oportunidade de dar todos os alertas que foram indispensáveis para que não nos deixemos enganar pelas patranhas dos actuais governantes e de todos aqueles que à sua volta giram, mesmo que sejam jornalistas.
É doloroso ouvir o JPP invectivar contra o PS como único responsável por haver alguns jornalistas que se deixam "levar" pelos Cânticos seráficos do poder e não afrontam como ele esses diabinhos que são a ruína de Portugal.
Ainda por cima, devemos considerar que esta situação é tanto mais grave quando todos sabemos que o JPP não tem qualquer interesse em qualquer jornal ou em qualquer órgão de comunicação social e que consegue, mesmo que comprometido desde sempre com o seu Partido, continuar a ser independente em todos os comentários que faz, desde que não se reportem ao Partido Socialista, ao PSL e ao LFM lá do norte.
Todos nós também sabemos que o JPP tem à sua disposição os órgãos de informação escritos, falados e audiovisuais para fazer ouvir os seus comentários sempre independentes, mesmo que se refiram à Presidente do seu Partido, mas sempre sem qualquer contrapartida financeira e só pelo prazer de se ouvir.
Estou a começar a perceber que o JPP pode dizer tudo o que lhe apetecer sobre os jornalistas a propósito dos seus comportamentos, atitudes e procedimentos, que não se levanta voz para afirmar que o homem pode ser um pensador, um investigador, um comentador e tudo o que lhe der na real gana, mas que não têm o direito de zurzir a torto e a direito naqueles que que lhe dão as oportunidades…
Esta quadratura foi um regabofe, sem contraditório… diga-se.