15.4.08

O Acordo

Durante cerca de quarenta minutos, por dois períodos, estive ouvindo sapientíssimas intervenções sobre o famoso Acordo Ortográfico, que agora anda por aí na berra.

Se outros méritos não tiver esse tal Acordo Ortográfico já ficará lembrado por ter conseguido que eu estivesse esses tais quarenta minutos a ouvir aquela conversa nesse tal programa de que eu tanto gosto, principalmente daquelas intervenções directíssimas e oportuníssimas da responsável para fazer dizer o que os intervenientes não queriam dizer…

Mas é um facto que eu estive lá esse tempo todo e o mais interessante de tudo é que não consigo dá-lo como mal empregue.

Não foi pelas doutas intervenções de uns quantos especialistas na língua portuguesa, mas tão só porque me deu a oportunidade de também eu ajuizar da validade e da utilidade de tal acordo ortográfico, que, segundo alguns, não será bem um acordo mas mais um entendimento, como se aquele fosse produto da aula magna de todas as universidades com a assinatura do Presidente da República e este obra de conversas de tascas lá dos bairros das capitais dos países de língua oficial portuguesa.

Embora não seja fácil retirar uma conclusão da audição de quarenta minutos, o facto é que é possível sintetizar as intervenções ouvidas numa expressão muito idiomática e muito usada em Portugal: "que sim, que não".

Pois é!

E está tudo dito: para mim foi evidente que havia uns quantos especialistas que estavam de acordo com o Acordo e havia também uns quantos especialistas que não estavam de acordo com o Acordo, não fosse o programa denominado de "prós e contras".

Mas o mais interessante de tudo foi ouvir as razões pelas quais uns estavam de acordo e as pelas quais uns não estavam de acordo…

Estes quarenta minutos fizeram-me lembrar algumas conversas de café dos meus conterrâneos lá no Alentejo, os quais, diga-se de passagem, estão altamente preocupados pelo facto de as divergências entre os especialistas a propósito do Acordo possam ter como consequência a sua não aprovação (ratificação?) pelos parlamentos dos diversos países envolvidos, o que seria bem pior que o resultado final da reforma agrária…

O Benfica é o melhor! Porquê? Porque é o Benfica!!!

O Porto é o melhor! Porquê? Porque é o Porto!!!

O Sporting é o melhor! Porquê? Porque é o Sporting!!!

Calem-se lá com essa treta toda! O melhor é o Lusitano de Évora pura e simplesmente porque é de Évora e Évora é a minha terra!!!

E vão trabalhar, malandros…


 

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