31.5.07

A Geral

Concordo com muitas das análises do PP (entenda-se: Pacheco Pereira), expressas quer no "blog", quer nos jornais e ainda nos meios audiovisuais.

Considerava que este intelectual, apesar de comprometido em termos partidários e ideológicos, ainda mantinha a suficiente independência para poder ser considerado um dos poucos intelectuais com um pensamento clarividente sobre as questões da política do burgo.

Muita gente habituou-se a ler o PP e a ouvir o PP como se fora um pensador neutral e independente quando se pronunciava sobre as questões da política do burgo.

Muito embora eu entendesse que o PP da escrita não é a mesma coisa do PP da palavra, lia-o e ouvia-o sempre com interesse mesmo quando não concordava com as suas análises.

Mas na sua última intervenção televisiva e quando se preparava para a sua análise do que fora a "greve geral" de trinta do cinco, o PP excedeu todas as minhas expectativas e atirou para as urtigas o respeito que eu mantinha por ele: agarra em dois jornais de "Referência", isto é, o Diário de Notícias e o Público, e mostra ao mundo as primeiras páginas dos ditos e profere a sentença, como que a dizer: Meus Senhores, o Diário de Notícias está a mentir e o Público está a dizer a verdade…

A seguir lança a diatribe contra o Governo, porque aquilo não pode ser…

Contudo, o PP esqueceu-se de dizer a quem estava a vê-lo e a ouvi-lo que o Diário de Notícias é dos Oliveirinhas e que o Público é do Belmiro.

Esqueceu-se de dizer que os Oliveirinhas não devem nada ao Governo e muito menos ao Primeiro e que o Engenheiro tem "supostamente" motivos para mostrar e demonstrar o seu desagrado pelas atitudes ou não-atitudes de Governos e de empresas públicas directa ou indirectamente envolvidas nos seus negócios.

Deveria ter dito que os proprietários do Diário de Notícias não foram impedidos de comprar o grupo Lusomundo e o próprio Diário de Notícias, mas o Engenheiro terá (?) fortes razões para estar melindrado com o Primeiro por causa da opa à PT.

Nunca pensei que o PP pudesse chegar a tal ponto…

Nós já sabíamos que o canal de televisão, onde o PP tem a sua cátedra, não é do Engenheiro, mas é do Doutor, sendo que a família é a mesma…e que não há almoços grátis…

29.5.07

Observações

Acontecem coisas na vida de cada um que só cada um pode imaginar a sua origem ou a sua motivação e se pensarmos em alguma análise mais profunda, certamente que não chegaremos a conclusões certas, seguras, firmes e verdadeiras.

Conclusões certas, seguras, firmes e verdadeiras só as oriundas de todos os políticos da oposição ao Governo e de todos os sindicalistas especializados na defesa do "nosso povo e dos trabalhadores"…, porque nós, os simples cidadãos, não temos quaisquer responsabilidades nem obrigações no sentir verdadeiro, uma vez que se trata de matéria reservada aos escolhidos e aos bafejados pela sorte…

Vem isto a propósito, outros dirão a despropósito, de andar a observar coisas que antes não me passava pela ideia pudessem ser objecto da atenção de quem quer que fosse.

Não é que outro dia me sucedeu observar uma apresentadora de um programa muito popular da tv oficial que passa o tempo a "tremer" ou a "mexer-se" na cadeira como se de tique se tratasse?

Não querem lá saber que outro dia me dei conta que um apresentador de um programa de desporto/futebol da tv oficial se coloca em perfil de três quartos com uns quantos cabelinhos desalinhados cuidadosamente caídos sobre a testa, como se se tratasse de uma cabeça varrida por vento suão?

E aquela do comentador desportivo/futebol com cabelo cheio de gel e todo encaracolado tipo geração morangueira numa cabeça de tipo quarentão, com um discurso monocórdico, debitando ciência no meio de frases e raciocínios truncados e incompletos, como se de matemática se tratasse?

Mas o mais sensacional de tudo o que me é dado observar é aquele programa desportivo/futebol de uma tv que tem como participantes três grandes homens do desporto, parcialmente ocupados e envolvidos em poderes autárquicos, mas com tempo de sobre para prepararem com o mínimo pormenor a sua participação neste evento nacional semanal em que são chamados a pronunciarem-se sobre os grandes e graves problemas ocorridos durante os últimos oitos dias e que envolveram o futebol de todos nós, sendo que o mais interessante tudo o que acontece neste programa são os movimentos da perna marota de um dos intervenientes que não para quieta um minuto sequer…

Querem divertir-se um bocado?

Sacrifiquem um bocado do vosso tempo e observem… e depois digam-me se é com isto que o País tem alguma hipótese…

Prometo mais observações…

23.5.07

A piada

É disto que a imprensa gosta!!!

O drama da criança já não dá, pelo que qualquer coisa de muito importante tinha que aparecer muito rapidamente, senão as audiências, os ouvintes e os leitores perdiam o interesse, pois está provado que a candidatura do professor engenheiro não dá "pica"…

Nem o voo da águia, nem rugido do leão, nem o fogo do dragão, e muito menos passarinhos e passarões, dão para entreter o pessoal.

Tinha que ser coisa mais interessante, tinha que ser coisa mais escandalosa, não sendo suficiente a auditoria a uma qualquer câmara municipal a revelar tudo o que se passa no poder local, tinha que ser coisa deveras importante para o bem-estar da gente para que houvesse de novo o envolvimento da imprensa…

Vai daí surge, como quem não quer a coisa, como quem nada deseja, como quem pouco se importa que se faça ou não se faça o que quer que seja, mesmo que isso seja o novo aeroporto, surge um "crime" contra a liberdade de pensamento e de expressão, uma ofensa grave contra os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos, tudo consagrado na Constituição da República.

Trata-se de uma piada que faz rir o pessoal?

Trata-se de uma anedota que enche todas as medidas do riso?

Trata-se de um trocadilho inteligente, que enaltece quem o inventa?

Trata-se de qualquer coisa, que todos os portugueses gostariam de ter dito ou ter feito ou até ter pensado?

Parece que não, pois ainda não se sabe exactamente o que foi dito, onde foi dito, com que objectivo foi dito, em que circunstâncias… e tudo o mais que se queira imaginar e pensar…

O certo é que se aproveitou qualquer coisa de pouco ou nenhum bom gosto a propósito de qualquer coisa do nosso Primeiro para um alarido monumental, qual porco a ser matado…

Valeu pena?

Vale a pena?

Valerá a pena?

Será que está em causa a liberdade de expressão?

Será que estão em causa as liberdades, direitos e garantias?

Será que está em causa a democracia?

Esta gente não entende que o que verdadeiramente tem interesse para o pessoal é saber se o italiano fica de águia ou se voa para outras bandas…

Do resto a imprensa trata com lucidez e independência…

9.5.07

O Grito

Chamem-me todos os nomes do Mundo; deportem-me para a estrela mais longínqua do universo; digam-me que não tenho esse direito; condenem-me a oitocentos milhões de anos de prisão; tenham em consideração que lamento ser humano; considerem que todas as revoltas existentes são as minhas revoltas, mas só peço a pena de morte para os pedófilos.

Não tenho outras palavras para assumir com toda a dignidade que me é possível a oposição total à mínima complacência para quem trata mal uma criança e muito menos para quem abusa, seja de que maneira for, de uma criança.

Tudo o que a inquisição inventou e aplicou deveria ser restaurado para utilizar em todos os pedófilos, onde quer que estejam e sejam encontrados, mas depois uma festa universal por cada um que fosse eliminado.

A bestialidade do ser humano no mais terrífico e abominável dos comportamentos.

É nestas ocasiões que deveríamos ter vergonha por apenas uma lágrima de uma criança!

6.5.07

A última

O AJ ganhou as eleições lá na Ilha com maioria absoluta, só que desta vez, ainda maior do que era habitual. Digo "era habitual", porque parece ser a última eleição a que o homem permite submeter-se. Se houvera outra vez, seria por via da consagração e da aclamação, que bem merece que o Povo da Madeira lhe fizesse justo tributo pela sua vida ao serviço daquele pessoal.

Apesar de nem todos reconhecerem os méritos do AJ, a verdade é que sem ele a Ilha seria uma pasmaceira total, mesmo com os turistas todos a darem alguma animação e contribuírem para que haja vida normal lá para aquelas bandas.

Estas eleições tinham, para alguns comentaristas, um factor de alguma surpresa: faziam crer à opinião pública que o AJ estava meio acabado e que já pouca gente o levava a sério.

Quanto a pouca gente o levar a sério é bem verdade e espero bem que esta gente aqui do Continente continue a fazer ouvidos moços às lancinantes queixas de roubos que estão a fazer à Madeira, mas pensar que o homem está acabado já a coisa chia mais fino.

Cá por mim, sempre pensei que quanto mais dependência tiver a Madeira, mais arrogante será o AJ e mais berraria fará contra alguém, mesmo que esse alguém seja a sua sombra.

Quanto maior for a dependência da Madeira, mais truculenta será a linguagem do AJ e mais diatribes lançará ao vento contra esta cambada de gatunos que são os governantes de Lisboa, que nada mais fazem que espoliar aquele bendito, mas sacrificado povo da Madeira.

Quanto maior for a dependência da Madeira, maior será a maioria do AJ, pois que o pessoal não é tonto e tem a consciência plena de que alguma coisa há-de mudar quando o AJ deixar de governar a Madeira e sabem também que aquele regabofe não pode continuar eternamente: a crise também há-de lá chegar ou, pelo menos, a normalização há-de aparecer nem que seja em bicos de pés.

Não devia, mas vou escrever: eu acho que os resultados destas eleições e todo o seu melo dramatismo não pode ter outra consequência que não seja o AJ a falar de colonialismo, de emancipação, de independência e que o Povo da Madeira não precisa do governo de Lisboa para se governar… a não ser, claro está…

2.5.07

Intercalares

Adorei a solução política para a crise da CML: eleições intercalares para a Câmara, mas a Assembleia Municipal fica na mesma!

Não há dúvida que a categoria dos políticos portugueses está acima de qualquer suspeita: o que se pretende não é encontrar soluções particulares para situações gerais, mas forçar soluções gerais para problemas particulares.

Parece que tudo se vai endireitar com as eleições para o executivo camarário, não havendo receios para uma eventual derrota do actual partido no poder…

Se dúvidas houvesse, então melhor seria que os deputados municipais seguissem o exemplo dos vereadores e se preparassem todos para os votos.

Mas não: uns vão, outros ficam, na certeza de que aqueles que se vão, vão voltar e aqueles que ficam, vão continuar. Assim se faz política neste cantinho, que mais parece um jardim da pequenada.

Estamos cientes de que o que interessa a uns, não convém a outros, mas o que seria bom e desejável para Lisboa, pouco interessa a esta gente, que prefere o joguinho do berlinde e dos botões, não estando disposta nem predisposta a considerar como problema a sua presença nestes cargos políticos.

Cá por mim, vou votar, como sempre votei, preferindo pensar que o voto é meu e para alguma coisa há-de servir… se não for agora, será um dia mais tarde, quando gente nova e diferente estiver disponível para dignificar a política…

 

1.5.07

O “Vista”

Tenho andado às voltas com o processo de transição do Windows XP para o Vista.

Quando, no último dia do ano passado, adquiri um computador novo, o que já foi aqui referenciado, ofereceram-me a oportunidade de me candidatar a uma cópia gratuita do sistema operativo que estava na berra, mesmo à beirinha do lançamento mundial: o VISTA.

Como o trabalho da candidatura não era significativo e as hipóteses eram aceitáveis, lá mandei os elementos solicitados. Passados que foram pouco mais de três meses cá estava o material prontinho a instalar na máquina.

Mas a coisa não foi assim lá muito fácil: digo que não foi fácil o depois porque o antes e o durante não ofereceu dificuldades de maior.

Em termos de equipamento "apenas" foi necessário atirar para o lixo uma boa impressora da hp e adquirir uma outra, o que teve como consequência imediata mandar também embora o scanner, praticamente novo… uns quantos euros a menos no bolso, mas uma boa impressora, toda maricas…

Quanto aos programas, a coisa não tem sido nada fácil no que se refere à publicação dos meus textos no "Ainda Não Jantei".

O Outlook Express foi para o galheiro; o Windows Mail não apanhava o Word2003; o Outlook não codificava a acentuação portuguesa, quando queria arquivar como documentos doc. Os textos enviados por correio electrónico para o "Ainda Nâo Jantei": uma confusão.

Lá fui resolvendo os problemas, um de cada vez, porque os meus conhecimentos sobre o funcionamento interno destes programas é praticamente nulo e só lá vou com o ensaio e o erro, mas fui indo.

Um destes dias tive acesso a uma cópia de avaliação do Office2007, que já conhecia de uma outra avaliação, antes do seu lançamento.

Instalado no computador, parecia-me que tinha resolvido o problema do envio dos textos para o "Ainda Nâo Jantei" arquivando-os devidamente.

Mais umas horas para descobrir o processo.

Este texto vai servir de experiência…

Vamos ver…