Como tenho muito tempo para estar comodamente sentado a ver televisão, às vezes lembro-me de perder algum desse tempo a observar os leitores e leitoras de notícias, os comentadores e comentadoras, jornalistas/comentadores e comentadores/jornalistas ou só jornalistas, todos ocupados no desempenho das suas funções, isto é, falar aos microfones.
Não me interessa muito o dizem ou o que comentam porque a maior parte das vezes não me ensinam nada nem me apresentam notícias de interesse, salvo as mortes, as facadas e os tiroteios, dedicando-me a .
observar o modo de dizerem as coisas.
Não sei bem porquê, mas parece que o falar muito depressa de que resulta não se perceber parte do que dizem quer seja porque eles próprios pensam que o que dizem não vale a pena quer seja porque ganham ao minuto dependendo da quantidade de palavras que conseguem debitar para o microfone, tornou-se moda para muitos dos e das que ouvimos na televisão.
Começo a pensar que a razão para esta moda de falar muito depressa pode estar relacionada com a consciência de que quanto mais depressa se falar menos possibilidade haverá de as asneiras e os erros serem percebidos imediatamente, pelo que os utilizadores do microfone podem ter alguma desculpa para adaptar tal procedimento.
Isto não me incomoda por aí além, mas o suficiente para passar e observar o pessoal mais dedicado à reportagem e principalmente às senhoras do microfone reporteiro. Ainda hoje estou para perceber e de algum modo encontrar justificação para o enorme esforço que fazem com os lábios para pronunciar o que têm de pronunciar. Fico convencido que no fim da reportagem terá que haver algum tempo de descanso para aqueles lábios que tão diligentemente pronunciaram o que entendiam conveniente.
Uma outra situação quase exclusiva das mulheres é a necessidade de mostrar a quase totalidade da dentadura sem que se esteja perante um anúncio de uma determinada pasta dentífrica, parecendo-me que não haverá necessidade para tanto. Digo que é quase exclusivo das mulheres embora por vezes me deparo com um homem também a mostrar a dentadura tipo dentadura de rato...
Estas situações não me causam insónias nem contribuem para a minha felicidade, mas há uma ou outra situação que não suporto mesmo ver ou observar.. porque me irrita sobremaneira...
Aquele piscar de olho, para além de considerar inoportuno e de mau gosto faz-me cócegas no dedo mindinho do pé esquerdo porque o considero altamente cretino e estúpido impróprio de um escritor altamente credenciado no universo e arredores, tanto mais que não consigo vislumbrar as sobrancelhas...
Já aquele da perna direita ligeiramente curvada...