13.9.21

A Feira das Cebolas

 Aqui no Alentejo profundo acontecem coisas curiosas.
Na sexta-feira passada vi na televisão um anúncio da feira das cebolas em Portalegre que decorreria no dia 11 e 12 de Setembro.
Como nunca tinha ouvido falar de semelhante feira nem sabendo que em Portalegre se produzia cebolas ao ponto de necessitar de uma feira, na tarde de sábado pelas cinco da tarde chegava a Portalegre para conhecer a dita feira das cebolas.
Imaginando o centro da cidade cheio de carros a ocuparem todos os espaços de estacionamento existentes, procurei deixar a viatura num parque já meu conhecido ali para os lados do topo norte do estádio municipal fazendo depois o trajecto a pé para ir observando o pessoal carregado com sacos cheios de cebolas. Chegado à avenida alexandre herculano fui constatando muitos espaços de estacionamentos livres e gente era coisa que não se via.
Lá fui descendo e entrando na avenida da liberdade continuei a não ver o pessoal carregado de sacos de cebolas e até espaços de estacionamento à esperea de carros de clientes...
Como não se via sinal da feira das cebolas lá perguntei a um casal que passava pela feira das cebolas...
Resposta pronta e sem exitações: é ali mais acima onde estão umas barraquinhas, mas ainda não há nada.
Um pouco mais acima tendo por vista o famoso restaurante O Tarro lá estavam cinco ou seis barraquinhas, com mesas, certamente à espera... mas cebolas...
Quando saía de Portalegre de regresso à aldeia tive a oportunidade de ouvir as notícias da Rádio Portalegre, desvendando o mistério: a respectiva Câmara Municipal tinha anulado todos os eventos devido ao luto nacional pela morte do Presidente Jorge Sampaio.
Contudo, a corrida de touros anunciada para essa mesma tarde a realizar em Portalegre não era anulada...
A iniciativa pública pode parar, a iniciativa privada não pode parar...
O Presidente Jorge Sampaio deverá ter adorado...

10.9.21

O Presidente

 Tive a honra de entrar para a vereação da Câmara Municipal de Lisboa no dia em que o Presidente Jorge Sampaio apresentava a sua demissão para iniciar o processo da sua candidatura a Presidente da República.
Quando os generais se cortaram e não quiseram avançar, foi ele, intrépido mas sereno e confiante, a dar o primeiro passo que lhe abriria todas as autoestradas até à Presidência da República, cuja cadeira ocupou durante dois mandatos.
Hoje deixou-nos.
Que continue a exercer a sua magistratura de influência...
Nós precisamos, Presidente.
Paz Eterna.