As circunstâncias da pandemia têm sido a causa próxima do meu afastamento da escrita bem como do meu distanciamento de muitas outras coisas da cena portuguesa.
Há muito que deixei de ler jornais portugueses; há já algum tempo que não passo os olhos pelos títulos de alguns jornais espanhóis e raramente olho para as primeiras páginas de jornais e revistas ao nosso dispor nos diversos escaparates existentes por aí fora.
Por outro outro lado, tudo o que me cheira a programas televisivos de informação e de comentário político não tem merecido a minha atenção relegando-os para fora da área dos meus interesses.
A grande maioria das notícias e dos comentários não me suscitam qualquer curiosidade para aprender qualquer coisa de útil para a minha formação e saúde mental, pelo que a "ciência" presente no comentário fica para os comentaristas, todos eles de uma profundidade de pensamento e de análise que me deixam e me causam um profundo cansaço muitas das vezes insuportável.
Por tudo isto sinto-me sem capacidade para me dedicar à análise de tudo que vai acontecendo por aí, tão só por entender que as minhas capacidades são manifestamente insuficientes para julgar tão dotas opiniões e elevados comentários.
Contudo, fiquei altamente surpreendido pela reacção do presidente ao que se passou naquela reunião do infarmed para tratar das coisas da pandemia. Quis fazer um comentário e fê-lo, mas de tal maneira que não ocultou a sua fúria e o seu mal-estar pelo facto de os cientistas e o governo não seguirem o seu pensamento que ia no sentido de introduzir mais variáveis no tal esquema do quadrado, continuando a manifestar a sua total insatisfação pelo que aconteceu no porto durante o dia da bola europeia.
O pessoal tem que aprender a seguir o pensamento e a vontade do presidente sob pena de tomar conhecimento do seu lado quase sinistro que não perdoa nada nem a njnguém porque ele é o presidente pode dizer tudo a propósito de tudo e todos devem saber isso e mais alguma coisa que ainda não saibam das vontade do presidente.
Sou levado a pensar que a atitude do presidente tem mais a ver com o seu desejo de contentar as gentes de alguns concelhos que se sentem prejudicados pela situação do tal quadrado, pretendendo que a introdução de outras variáveis iria aliviar a sua situação já muito difícil e sem fim à vista, o que tornava o presidente ainda mais "popular" e mais crítico do... e agora até dos cientistas...obviamente.
De toda esta gente, de todos estes comentaristas, de todos estes jornalistas, de todos estes políticos e até do presidente, que vão passar os próximos dias a desancar no primeiro e no seu governo como os verdadeiros e únicos responsáveis por tudo o que acontecer ontem no porto e por tudo o que vai acontecer nos próximos dias no que respeita ao covid e à saúde pública, digam-me quantos se manifestaram antes e não depois?
Até parece que "quem não critica, quem concorda ou quem não se manifesta contra não é bom português e não gosta do presidente..."