Durante um bom bocado da tarde de hoje estive frente à tv a ver os últimos quarenta quilómetros da etapa da "Vuelta" que decorria nas estradas da Holanda.
Passei o tempo a pensar que era um entretenimento muito adequado para o Vereador Sá Fernandes recolher algumas ideias de construção de ciclovias nas ruas da Cidade de Lisboa, mesmo que se tratasse de uma ciclovia a ligar Telheiras à Quinta da Granja…
Pensando bem, seria bem melhor que o Vereador Sá Fernandes convidasse aquele pessoal lá da Holanda para vir a Lisboa verificar e constatar como se constrói uma ciclovia colocando ao serviço da bicicleta a arte urbana de bem desenhar uma via exclusivamente dedicada às bicicletas, mesmo que o seu número não tenha qualquer significado para valorizar e defender e proteger o meio ambiente.
O que importa, no meio disto tudo, é poder informar toda esta gente sem cultura ambiental que a disponibilização de uma ciclovia não tem como objectivo fundamental a sua utilização imediata, mas preparar as mentes de todos estes atrasados que num futuro próximo o automóvel será proibido em Lisboa e então terão que recorrer à bicicleta se querem arranjar emprego que não seja de teletrabalho…
Esta gente ignorante tem que perceber que o futuro é construído no presente e o presente é a construção de ciclovias porque não tem piada alguma andar agora nestes tempos a fazer ruas e estradas que cairão em desuso muito rapidamente por falta de combustível que faça mover as quatro rodas… esperando-se e acreditando-se que não será nos próximos séculos que vai faltar a energia suficiente nas pernas de um cidadão para mover uma bicicleta de carbono com peso inferior a cinco quilos…
Nessa altura cá teremos as ciclovias construídas pelo Vereador Sá Fernandes… mesmo que custem uns bons milhares de euros.
Neste aspecto muito terão que aprender os holandeses quando tiverem a oportunidade de estudar as nossas ciclovias, pelo menos, as construídas pelo Vereador Sá Fernandes que são separadas das faixas reservadas ao automóvel por pedra devidamente polida, muito embora o seu piso seja negro como o negro de uma noite de meia-lua…
Chamaram-se a atenção para o facto de eu ter citado um pasquim oral e ter transcrito uma conversa relacionada com a construção da ciclovia na Avenida do Colégio Militar.
Diziam-me que acreditar nos dizeres de pasquim, mesmo oral, era acreditar e confiar no boato onde as fontes não têm credibilidade e o seu objectivo é, normalmente, perverso porque não dá qualquer contribuição para a dignidade e qualidade da democracia…
Mas se citei o pasquim oral da aldeia também podia e deveria citar outros pasquins orais de outras aldeias, como aquele onde se referia uma conversa entre o engenheiro e o vereador "…faça lá a sua ciclovia, mas não me venha com a conversa de oferecer aos residentes mais lugares de estacionamento ou baixar o preço das actuais avenças pela utilização de um lugar durante vinte e quatro horas de um dia, trinta dias de um mês, doze meses de um ano e assim indefinidamente sem qualquer aumento, pois o que se paga agora já é muito interessante para a função…contudo não deixe de cortar uns quantos lugares de estacionamento, de modo a que o pessoal se habitue a utilizar o meu parque que ainda se encontra às moscas, a não ser nos dias dos jogos do glorioso, mais por força da actuação da pm que da vontade dos automobilistas…"