29.9.08

As desculpas

Queria apresentar publicamente as minhas desculpas pela injustiça cometida no meu escrito de ontem contra alguns comentadores.

Meti no mesmo saco e sem qualquer realce os comentadores desportivos e dois ou três de especialidade que não se fizeram rogados em dedicar a sua inteligência a cargos públicos, do que diversas populações têm beneficiado grandemente.

Sendo que para mim a ordem é arbitrária e têm a mesma importância é justo que se cite um comentador da quadratura que dedica grande parte do seu tempo e das suas capacidades à gestão da Câmara Municipal da Capital; é justo que se cite o comentador independente que exerce o cargo de Presidente de uma Assembleia Municipal lá do Norte; é justo que se cite aquele outro comentador desportivo que para além das lições de elevadíssima qualidade sobre o futebol em geral e que faz sempre a bater o pé, não se coibiu de assumir a responsabilidade da gestão da Câmara Municipal de Sintra e ainda outros comentadores desportivos que não descuram os seus deveres de cidadania e exercem cargos nos executivos das câmaras municipais.

Mas tremendamente injusto seria não dar um devido realce a três comentadores que entram pelas nossas casas com alguma periodicidade, claro que apenas e quando é através da TV.

Como poderia esquecer o RS que nos cultiva com as suas lições de ética desportiva de elevadíssima qualidade não havendo qualquer necessidade de que seja membro ou não seja membro de uma qualquer assembleia de freguesia, bastando para a sua dignificação o importantíssimo papel que desempenha ao serviço desporto nacional.

E aquele outro comentador desportivo que dedica a sua inteligência a fazer-nos crer que o futebol é uma ciência exacta quando o melhor ganha ao pior e quando o pior perde com o melhor, desde que se pratique o 4x3x3?

Mas o mais inefável, o mais carismático, o mais inteligente, o mais clarividente, aquele a quem nos curvamos perante a sua sabedoria e perante a sua convicção nas afirmações proferidas é o comentador do crime, que ainda dispõe de algum tempo, paciência e saber para dedicar à gestão da sua Câmara Municipal.

Não sejamos ingratos: tenhamos a humildade de agradecer aos nossos melhores a sua dedicação à coisa pública e à educação do Povo Português.

SE já somos tão maus, que seríamos sem o seu contributo para a dignificação da "alma portuguesa"?

28.9.08

Os cérebros

Este País anda mesma às avessas pelo que já não tem remédio.

Em vez de ter os seus melhores na Presidência, no Governo, na Assembleia, na Magistratura, na Administração, nas Câmaras e em todas as estruturas ligadas à governação ali estão as segundas ou terceiras ou mesmo quartas figuras quer em seriedade quer em competência.

Ali estão as pessoas que ninguém escolhe, que ninguém quer e que não têm crédito junto de qualquer português, a não ser junto de alguns familiares, talvez os mais chegados e mesmo assim não serão todos.

Confesso que não dedico muito do meu tempo a ouvir os comentadores dos diversos canais de TV e ainda menos os comentadores das estações radiofónicas.

Apenas alguns minutos para confirmar as minhas ideias sobre o fenómeno do jornalismo e do comentário político que abunda nas ondas.

Aqui sim; aqui temos gente inteligente; aqui temos gente que entende da poda; aqui temos pessoal que não deve nada a ninguém; aqui temos entendidos em tudo e em mais alguma coisa; aqui temos os verdadeiros especialistas da nossa terra; aqui temos gente que não envergonha ninguém; aqui ninguém tem medo de dizer a verdade; aqui a verdade é nua e crua; aqui a mentira não tem uma sementinha sequer; aqui não há favores; aqui temos a alma de Portugal; aqui temos Portugal no seu eterno esplendor…sem necessidade de uma casita da câmara…

Bastava que metade, apenas metade, destes comentaristas assumissem responsabilidades na gestão da coisa pública, para que isto andasse nos carris às mil maravilhas…

Bastava que tão só uns quantos, talvez uma dúzia deles, se dedicassem à orientação dos negócios públicos para que estivéssemos em condições de solucionar os graves problemas lá das Américas, pois que os nossos não teriam qualquer significado…

Se não acreditarem no que digo, dediquem uns quantos minutos da vossa vida a ouvir e a ver, também se podem ver, os verdadeiros cérebros da nossa cultura e da nossa ciência…


 

27.9.08

A habitação

Tinha decidido, mas não resisto.

Acabei de chegar da catedral, onde estive a presenciar o desenrolar do "derby" lisboeta naquele jogo de onze atletas a correr ou a fingir que correm de um lado para outro atrás de uma bola, podendo acontecer, que de vez em quando um deles deixa que a dita entre no que chamam de "baliza"…

Uns contentes e sorridentes, outros tristes e chateados, mas a vida do desporto é assim mesma: nem sempre se ganha, nem sempre se perde…

No intervalo encontrei um amigo, que já não via há bastante tempo e depois dos cumprimentos (não "comprimentos") da praxe, de se perguntar pela saúde e pela família, lá veio a pergunta se eu tinha lido o Expresso de hoje.

Claro que não tinha, porque não leio jornais de papel há já bastante tempo, salvo aqueles gratuitos que me chegam às mãos de vez em quando.

Então não sabia das novidades actuais, algumas velhas de muitos anos, da CML, nomeadamente aquelas histórias de atribuição de casas de "função" e outras relacionados com isto e com aquilo…

Também não deveria saber das viagens de fim de semana de uma pessoa importante e da sua residência aqui em Lisboa que não propriamente numa casa da Câmara…, mas à custa da dita…

Tinha decidido, mas não resisti.

Por isso, aqui quero deixar escrito que fico à espera que o SL não espere para ser constituído "arguido" para trazer à luz do dia tudo o que se relacionar com a tal coisa da atribuição de casas da CML citando pelos nomes toda a gente que beneficiou e que beneficia de uma ou mais do que uma habitação cedida pela CML desde sempre, isto é, desde há vinte anos a esta parte, o que já seria manifestamente suficiente.

Ficaríamos mais informados da realidade sem necessidade de saber das coisas através de bocas e mexericos, muitas vezes injustos e sempre inconsequentes.

Que não seja necessário haver denúncia nem constituição de arguido e muito menos uma zanga de comadres e de compadres para se saber alguma coisa da desgraça que por aí anda… e para se savber quem, como e quando.

Merecemos tudo… até a verdade…

Que venha rapidamente sem dramas e numa boa…